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Palestinos desmentem rumores sobre diminuição das restrições de emprego no Líbano

Palestinos no campo de refugiados de Baddawi protestam contra as restrições impostas às suas oportunidades de trabalho, Líbano, 15 de julho de 2019 [Rede de Notícias Quds/Twitter]

Neste domingo (21), o Comitê Palestino de Monitoramento no Líbano reiterou ser imprescindível que o governo em Beirute revogue os requerimentos necessários aos refugiados palestinos para que obtenham licença de trabalho. O Comitê também denunciou os rumores de que tais restrições empregatícias estão sendo atenuadas, ao descrevê-los como “mentirosos”. As informações são da rede de notícias Quds Press.

Uma declaração do Comitê destacou que a lei promulgada pelo Ministério do Trabalho do Líbano deve receber emenda com base em uma nova perspectiva compartilhada entre palestinos e libaneses. Também reiterou que os refugiados continuarão a protestar enquanto suas demandas não forem completamente atendidas. Os manifestantes exigem que o Ministério do Trabalho retifique os procedimentos em questão. O Comitê também apelou às autoridades libanesas para que lidem rapidamente com a crise e deem início imediato ao um diálogo abrangente sobre todas as questões relacionadas aos palestinos.

Enquanto isso, refugiados palestinos no Líbano devem se preparar para um “Dia de Fúria”, na próxima sexta-feira (26), a fim de expressar a unidade de suas posições e demandas. Ao realizar este chamado a novos protestos, o Comitê também saudou todos os refugiados dos mais diversos campos, comunidades e cidades que já se manifestaram nas ruas e praças por todo o Líbano em defesa de seus direitos.

Segundo o Comitê, a unidade dos refugiados palestinos no Líbano – muitos dos quais estão lá desde 1948 e 1967 – demonstra-se pela solidariedade entre os campos, que se expressa pela ajuda humanitária e doação de alimentos, em um sentido abrangente de comunhão humanitária e social. O Comitê elogiou a consciência e o senso de responsabilidade que mantêm o aspecto pacífico e civil dos protestos populares, de modo a evitar qualquer confronto, abuso, violência ou situações de tensão.

A crise resultou de uma série de decisões recentes do governo libanês. O Ministério do Trabalho do Líbano concedeu um prazo limite de um mês para que empregadores de “funcionários ilegais” ou “infratores” reparem a situação. As autoridades lançaram uma campanha responsável pelo fechamento de 34 instituições onde trabalhavam refugiados palestinos.

Os refugiados palestinos no Líbano sofrem com uma crise de desemprego que compreende todas as faixas etárias. Segundo relatório da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), divulgado em 2019, 36 por cento dos jovens palestinos estão desempregados; o índice sobe para 57 por cento no que se refere aos refugiados palestinos no Líbano. Segundo censo conduzido pela Administração Central de Estatísticas do Líbano em 2017, o país abriga 174.422 refugiados palestinos registrados pela ONU, 12 campos de refugiados reconhecidos oficialmente e 156 comunidades palestinas em cinco províncias libanesas. A UNRWA, no entanto, sugere que o número de refugiados palestinos no Líbano pode chegar a 450.000 pessoas, muitas das quais vivem nos campos libaneses mantidos pela agência internacional.

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