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Israel revela novos detalhes sobre operação secreta frustrada em Gaza

Menino palestino caminha entre os escombros de sua casa, destruída por ataques aéreos israelenses, em Gaza, 14 de novembro de 2018 [Mustafa Hassona/Agência Anadolu]

O Exército de Israel divulgou alguns dos resultados de uma investigação sobre uma operação secreta conduzida dentro da Faixa de Gaza, contudo frustrada por forças do Hamas, em novembro de 2018.

Segundo o jornal israelense Haaretz, o incidente é considerado “um fracasso sem precedentes que trará mudança estruturais e conceituais na forma como a Inteligência Militar e suas unidades operam.”

Os efeitos colaterais já incluem “uma reordenação do alto escalão das operações especiais”. Por exemplo, ao comandante em serviço foi “requerido recentemente que renuncie a seu posto antes de completar o mandato”.

Reportagens israelenses sobre a investigação do exército, como qualquer reportagem publicada em Israel, são submetidas à censura militar – considerando ainda que as descobertas jornalísticas são apenas parciais.

De acordo com o Haaretz, a operação à paisana teve como base “meses de planejamento detalhado envolvendo a unidade secreta que a executou, além de toda a comunidade de inteligência”.

O “comando avançado” consistia de Gadi Eisenkot, então chefe do Exército de Israel, Tamir Hayman, chefe de Inteligência Militar, e Nadav Argaman, chefe do Shin Bet (Agência de Segurança de Israel).

A maior parte das supostas conclusões da investigação militar confirma o que já se conhece sobre o incidente; isto é, que dois veículos das forças de ocupação, disfarçados como civis palestinos, foram interrompidos em Khan Younis e, então, despertaram suspeitas.

O exército, no entanto, agora alega que foi o comandante israelense presente na ocasião, durante o questionamento conduzido por membros das Brigadas Al-Qassam, quem decidiu abrir fogo. Ao fazê-lo, matou seu colega, conhecido como “Tenente-Coronel M”.

O relatório também confirma que as forças só foram resgatadas graças a apoio aéreo, incluindo um helicóptero e um bombardeio contra os “arredores” pela aeronáutica.

O documento também sugere que a operação foi prejudicada pelo excesso de confiança, ou por ter subestimado as Brigadas Al-Qassam.

“O destacamento era considerado tão experiente e bem treinado que parece ter aceitado um fardo grande demais sem antes refletir o bastante nos detalhes do que poderia dar errado,” declarou o jornal Haaretz.

O exército também afirmou que “forças de brigada de operações especiais retornaram à ação e algumas operações especiais de inteligência já estão sendo executadas … incluindo dentro de Gaza.”

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