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Emirados Árabes Unidos pedem diálogo e fim da escalada com o Irã

Anwar Gargash, Ministro de Estado para Relações Internacionais dos Emirados Árabes Unidos, gesticula durante coletiva de imprensa sobre a situação no Iêmen, em Dubai, 13 de agosto de 2018 [Karim Sahib/AFP/Getty Images]

Em uma clara mudança na política internacional dos Emirados Árabes Unidos (EAU) em relação ao Irã, o Ministro de Estado de Relações Internacionais emiradense Anwar Gargash declarou ontem que as tensões na região do Golfo só podem ser contidas por meio de uma solução política. O ministro afirmou que deve se dar prioridade aos diálogos entre os países a fim de controlar a escalada regional.“As tensões no Golfo só podem ser abordadas politicamente,” escreveu Gargash no Twitter, “a duradoura crise demanda atenção coletiva para primeiramente interromper a escalada e então alcançar soluções políticas por meio do diálogo e de negociações.”

O drone americano abatido por atiradores iranianos na última semana foi supostamente lançado do território dos Emirados Árabes Unidos. O Irã convocou então o enviado emiradense como forma de protesto contra o incidente, segundo a rede de notícias oficial iraniana IRNA.

Os comentários de Gargash contrastam rigorosamente com as declarações anteriores feitas por oficiais de alto escalão dos Emirados Árabes Unidos. Na semana passada, Abdullah Bin Zayed Al-Nahyan, Ministro de Relações Internacionais do país, após se reunir com a contraparte cipriota em Nicosia (capital do Chipre), declarou a jornalistas que o suposto ataque iraniano contra navios-petroleiros no Golfo de Omã só poderia ter sido “executado sob a proteção do estado.”

Os aliados dos Emirados Árabes Unidos ecoam este sentimento. Mohammad bin Salman, príncipe herdeiro e governante de fato da Arábia Saudita, afirmou que seu país “não deseja uma guerra na região,” mas “não hesitará” em lidar com qualquer ameaça à sua soberania. Em entrevista ao jornal saudita Asharq Al-Awsat, Mohammed bin Salman acusou explicitamente o Irã de atacar os navios-petroleiros no Golfo de Omã.

O chamado súbito por diálogos feito pelos Emirados Árabes Unidos coincide com o movimento de recuo dos Estados Unidos. A administração americana parece ter abdicado de suas intenções de lançar um ataque militar ao Irã a fim de recorrer, em seu lugar, à “diplomacia.”

Brian Hook, enviado americano ao Irã, afirmou que Teerã deve responder “à diplomacia com diplomacia.” Segundo informações da rede de televisão Alhurra, sediada nos Estados Unidos, orepresentante americano declarou em um comunicado de imprensa emitido da cidade saudita de Jeddah que a diplomacia dos Estados Unidos, no entanto, “não dá ao Irã o direito de retaliar militarmente.”

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