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RSF aponta Israel como responsável por 43% das mortes de jornalistas em todo o mundo em 2025

9 de dezembro de 2025, às 08h27

Parentes de Mahmoud Wadi, jornalista que foi alvo de um ataque de drone israelense e morto, lamentam sua morte durante o funeral no Hospital Nasser, em Khan Yunis, Gaza, em 1º de dezembro de 2025. [Hani Alshaer – Agência Anadolu]

O exército israelense foi responsável por quase metade das mortes de jornalistas em todo o mundo em 2025, segundo da organização Repórteres Sem Fronteiras, uma ONG internacional com sede em Paris que defende os direitos dos jornalistas, segundo a qual 2025 testemunhou um aumento no número de jornalistas assassinados em todo o mundo.

O relatório mostrou que 67 profissionais da mídia foram mortos ao longo de um ano, e pelo menos 53 deles foram vítimas de “práticas criminosas de grupos militares e crime organizado”.

“Quase metade (43%) dos jornalistas assassinados nos últimos 12 meses foram mortos em Gaza pelas forças armadas israelenses”, afirma o relatório.

Aproximadamente 220 jornalistas foram mortos pelo exército israelense desde outubro de 2023, 65 dos quais foram alvejados por causa de sua profissão ou enquanto trabalhavam, acrescenta o relatório.

De acordo com dados do Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza, pelo menos 257 jornalistas palestinos foram mortos pelo exército israelense em Gaza desde o início da guerra genocida.

LEIA: Gabinete de Imprensa de Gaza relata 257 jornalistas mortos desde o início do genocídio israelense

Israel ocupa o segundo lugar no número de jornalistas estrangeiros detidos, segundo o relatório, com 20 jornalistas palestinos presos em 2025, além de 16 detidos em Gaza e na Cisjordânia ocupada nos últimos dois anos.

O exército israelense matou mais de 70.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, e feriu mais de 171.000 em Gaza desde outubro de 2023.

O relatório apontou o México como “o segundo país mais perigoso do mundo para jornalistas”, com nove mortos, e a China como sede da “maior prisão do mundo para jornalistas”, com 121 repórteres detidos.

Jornalistas enfrentam riscos maiores em seus próprios países, afirmou a organização, já que todos os profissionais assassinados, com exceção de dois, foram mortos enquanto exerciam suas funções em seus países de origem.

“No Sudão, jornalistas enfrentam graves abusos enquanto o conflito continua a se intensificar”, diz o relatório, observando que as Forças de Apoio Rápido paramilitares mataram quatro jornalistas em 2025, incluindo dois que foram sequestrados pelo grupo rebelde. Um total de 37 jornalistas, de um total de 135, estão atualmente desaparecidos na Síria, tendo sumido durante o governo do deposto presidente Bashar al-Assad, após serem presos pelas autoridades do regime ou mantidos como reféns pelo Estado Islâmico (Daesh), segundo o relatório.

Assad, líder da Síria por quase 25 anos, fugiu para a Rússia em 8 de dezembro de 2024, pondo fim ao regime do Partido Baath, que estava no poder desde 1963.

Al-Sharaa, que liderou as forças anti-regime para depor Assad, foi declarado presidente interino no final de janeiro.

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