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Ministro da Defesa israelense insinua nova guerra com o Líbano se o Hezbollah se recusar a desarmar

30 de novembro de 2025, às 05h14

Ministro da Defesa israelense, Israel Katz. [Sebastian Sheiner/AFP via Getty Images]

O Ministro da Defesa israelense, Yisrael Katz, alertou que uma ação militar contra o Líbano será “inevitável” se o Hezbollah não concordar em desarmar, na indicação mais clara até agora de que Israel está se preparando para a possibilidade de uma nova guerra transfronteiriça.

Em declarações à imprensa israelense na terça-feira, Katz afirmou que Israel “não tolerará a presença armada do Hezbollah” ao longo de sua fronteira norte e insistiu que o grupo deve ser completamente desarmado, em conformidade com resoluções internacionais anteriores. “Se o Hezbollah não cumprir, Israel agirá com força”, disse ele, acrescentando que o governo “não permitirá que os moradores do norte vivam sob ameaça”.

Suas declarações ocorrem em meio a meses de crescente tensão entre Israel e o Hezbollah, apesar do acordo de cessar-fogo que entrou em vigor no final de 2014. Desde então, Israel acusa o grupo libanês de reconstruir suas capacidades militares, enquanto o Hezbollah afirma que Israel continua violando a soberania libanesa por meio de ataques aéreos, incursões com drones e ataques transfronteiriços.

Os comentários de Katz também seguem alertas emitidos por autoridades israelenses aos Estados Unidos de que o Hezbollah está “recuperando” e fortalecendo sua infraestrutura militar. Líderes israelenses têm expressado repetidamente frustração com o que descrevem como a falha do Estado libanês em conter as atividades do Hezbollah.

Na semana passada, Katz acusou o presidente libanês Michel Aoun e o governo em Beirute de “ganharem tempo” e de não cumprirem os compromissos de desarmar o Hezbollah, afirmando: “O Líbano deve assumir a responsabilidade. Garantiremos que nenhuma ameaça permaneça em nossa fronteira norte.”

O Hezbollah rejeitou os apelos para o desarmamento, argumentando que suas armas são essenciais para a defesa do Líbano contra a agressão israelense. A liderança do grupo também alertou que qualquer ataque israelense seria respondido com uma ampla ofensiva.

A recente troca de acusações alimentou os temores de uma escalada militar mais ampla na região, em um momento em que a atenção internacional permanece voltada para os esforços de estabilização de Gaza e para evitar um novo surto de combates em múltiplas frentes.

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