Centenas de civis foram enterrados em valas comuns e outros queimados pelas Forças de Apoio Rápido (RSF), um grupo paramilitar, na cidade de El-Fasher, no oeste do Sudão, disseram médicos locais no domingo, segundo a Agência Anadolu.
“As Forças de Apoio Rápido (RSF) recolheram centenas de corpos das ruas e bairros da cidade, enterrando alguns em valas comuns e queimando outros, numa tentativa desesperada de ocultar as provas dos seus crimes contra civis”, afirmou a Rede de Médicos do Sudão em comunicado.
A organização classificou o enterro de civis como um “genocídio declarado” e uma “violação de todas as normas internacionais e religiosas que proíbem a mutilação de cadáveres e garantem aos mortos o direito a um enterro digno”.
“A situação em El-Fasher ultrapassou a catástrofe humanitária, tornando-se um genocídio sistemático, que visa a vida e a dignidade humanas, num silêncio internacional estarrecedor que equivale a cumplicidade”, diz o comunicado.
“Os crimes das RSF não podem ser apagados por enterros ou queimas”, afirmou o grupo médico, apelando à comunidade internacional para que tome medidas imediatas e inicie uma investigação internacional independente sobre as atrocidades contra civis em El-Fasher.
Em 26 de outubro, as Forças de Apoio Rápido (RSF) tomaram o controle de El-Fasher, a capital do Darfur do Norte, e cometeram massacres com motivação étnica, segundo organizações locais e internacionais, em meio a alertas de que o ataque poderia consolidar a divisão geográfica do país.
Desde 15 de abril de 2023, o exército sudanês e as RSF estão em guerra, um conflito que as mediações regionais e internacionais não conseguiram pôr fim. O conflito já matou milhares de pessoas e deslocou milhões.








