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 Governo palestino revela plano quinquenal de US$ 67 bilhões para reconstrução de Gaza

18 de outubro de 2025, às 05h51

Palestinos retornam aos bairros destruídos de Sheikh Ridwan e Abu Iskandar após a retirada do exército israelense da Cidade de Gaza, após o acordo de cessar-fogo em Gaza em 15 de outubro de 2025. [Mahmoud Abu Hamda/ Agência Anadolu]

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, disse na quinta-feira que seu governo, em parceria com especialistas árabes e internacionais, desenvolveu um plano de recuperação e reconstrução de Gaza em três fases, estimado em US$ 67 bilhões e com duração de cinco anos, segundo a Anadolu.

Em entrevista coletiva em Ramallah, antes de uma reunião especial sobre o plano de recuperação, Mustafa disse que a iniciativa visa reconstruir a Faixa de Gaza, devastada pela guerra, após quase dois anos de ataques israelenses que deixaram dezenas de milhares de mortos e destruição maciça em todo o enclave.

Diplomatas e representantes de instituições internacionais participaram do evento.

Mustafa destacou que a primeira fase, focada em atender às necessidades humanitárias e de infraestrutura urgentes, durará seis meses e custará US$ 3,5 bilhões.

A segunda fase, com duração de três anos, exigirá US$ 30 bilhões, enquanto a fase final se concentrará na conclusão da reconstrução e na recuperação a longo prazo.

Ele afirmou que as negociações estão em andamento com parceiros internacionais para garantir recursos para a implementação do plano, acrescentando que uma grande conferência sobre reconstrução será realizada no Egito um mês após o fim da guerra.

O primeiro-ministro enfatizou que Israel deve cumprir suas obrigações retirando-se de Gaza, abrindo as fronteiras e permitindo a entrada de ajuda humanitária e materiais de reconstrução.

Governança em Gaza

Rejeitando condições externas em relação à governança em Gaza, Mustafa disse: “Não pedimos garantias a ninguém” sobre a administração de Gaza.

Ele enfatizou que a Autoridade Palestina (AP) já governa a Cisjordânia sob ocupação israelense e pretende estender sua autoridade sobre Gaza assim que as condições permitirem.

“Não haverá disputa interna palestina sobre este assunto”, disse Mustafa.

Israel, no entanto, se opõe a qualquer papel da Autoridade Palestina ou do Hamas na governança de Gaza após a guerra.

O premiê reiterou que a AP vê Gaza como parte do Estado palestino e está trabalhando “dia e noite” para restaurar a governança do território.

As negociações para a segunda fase do acordo de cessar-fogo devem começar em poucos dias, com o Hamas exigindo o fim completo da guerra, a retirada total de Israel e a retenção de suas armas.

Um acordo de cessar-fogo em Gaza foi firmado entre Israel e o Hamas na semana passada, com base em um plano apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A primeira fase incluiu a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos. O plano também prevê a reconstrução de Gaza e o estabelecimento de um novo mecanismo de governança sem o Hamas.

Desde outubro de 2023, ataques israelenses mataram quase 68.000 palestinos no enclave, a maioria mulheres e crianças, tornando-o praticamente inabitável.