clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Monitor Euromediterrâneo denuncia memoricídio israelense em Gaza

15 de setembro de 2025, às 13h07

Destruição causada por bombardeios israelenses ao bairro de Rimal, na Cidade de Gaza, em 13 de setembro de 2025 [Abdalhkem Abu Riash/Agência Anadolu]

O Monitor Euromediterrâneo, ong radicada em Genebra, denunciou Israel por adotar uma política deliberada de apagamento de patrimônios históricos e culturais de Gaza, prática conhecida como memoricídio.

Segundo a organização, a agressão em curso contra a Cidade de Gaza, com bombardeios a bairros históricos, casas centenárias, bazares, mesquitas, igrejas, bibliotecas, museus, arquivos e cemitérios, ameaça varrer do mapa resquícios arqueológicos do enclave, bem como seu patrimônio tangível e intangível.

O grupo destacou que as ações de Israel transcendem o assassinato em massa de civis e a destruição de casas, ao alvejar sítios culturais e religiosos, como parte de estratégias e práticas geopolíticas amplas, voltadas a apagar a memória palestina.

Tamanha destruição, concluiu, representa um golpe incomensurável à memória coletiva, integral ao âmago da identidade palestina.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 64 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as mortes, ao menos dezoito mil são crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.