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 Parlamento Europeu aprova resolução pedindo ação urgente em Gaza

13 de setembro de 2025, às 05h39

Uma visão geral do Parlamento Europeu em Bruxelas, Bélgica, em 7 de julho de 2025. [Selen Valente Rasquinho/ Agência Anadolu]

O Parlamento Europeu adotou uma resolução pedindo ação urgente da UE em relação à “catastrófica” crise humanitária em Gaza, no encerramento de sua sessão plenária em Estrasburgo, na quinta-feira, após ocorrer de 8 a 11 de setembro, segundo a Anadolu.

“O Parlamento condena veementemente a obstrução do governo israelense à ajuda humanitária, que está provocando uma onda de fome no norte de Gaza, e apela à reabertura de todas as passagens de fronteira relevantes. Solicita urgentemente o restabelecimento do mandato e do financiamento plenos da UNRWA, com supervisão rigorosa, e se opõe ao atual sistema de distribuição de ajuda”, afirmou o parlamento em um comunicado.

A resolução adotada recebeu 305 votos a favor, 151 contra e 122 abstenções.

“Os eurodeputados estão alarmados com a grave escassez de alimentos e a desnutrição resultantes da restrição da ajuda humanitária e enfatizam a necessidade urgente de acesso pleno, seguro e irrestrito a itens essenciais, como alimentos, água, suprimentos médicos e abrigo”, afirma o comunicado.

Eles também exigiram a restauração imediata da infraestrutura vital, instaram todas as partes a respeitarem suas obrigações humanitárias perante o direito internacional e pediram um cessar-fogo imediato e permanente, juntamente com a libertação de todos os reféns.

“Os eurodeputados enfatizam que o direito de Israel de se defender não justifica ações militares indiscriminadas em Gaza e expressam preocupação com as contínuas operações militares na Faixa de Gaza, que levaram a um sofrimento insuportável para a população civil, ao mesmo tempo em que denunciam o uso de civis como escudos humanos pelo Hamas”, afirma o comunicado.

A resolução também endossou a decisão da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de suspender o apoio bilateral da UE a Israel e suspender parcialmente o acordo UE-Israel sobre questões comerciais.

“Os eurodeputados querem investigações completas sobre todos os crimes de guerra e violações do direito internacional, e que todos os responsáveis ​​sejam responsabilizados. O Parlamento também apoia as sanções da UE contra colonos e ativistas israelenses violentos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental e pede sanções aos ministros israelenses Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir”, diz o comunicado.

O Parlamento também apelou às instituições da UE e aos Estados-membros para que prossigam os esforços diplomáticos em direção a uma solução de dois Estados antes da Assembleia Geral da ONU em setembro.

“O estabelecimento de um Estado Palestino é fundamental para a paz, a segurança de Israel e a normalização regional, segundo o parlamento. Os Estados-membros devem considerar o reconhecimento do Estado da Palestina, conclui, com vistas à implementação da solução de dois Estados”, acrescentou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na quarta-feira que proporá um pacote de medidas contra Israel, suspendendo o apoio bilateral, parcialmente o Acordo de Associação e sancionando ministros extremistas.

“Proporei um pacote de medidas para abrir caminho. Primeiro, a Comissão fará tudo o que puder por conta própria. Suspenderemos nosso apoio bilateral a Israel. Suspenderemos todos os pagamentos nessas áreas sem afetar nosso trabalho com a sociedade civil israelense”, anunciou von der Leyen durante seu discurso sobre o Estado da União.

Ela também prometeu propor sanções aos ministros israelenses extremistas e aos colonos violentos, além de propor uma suspensão parcial do Acordo de Associação em questões relacionadas ao comércio.