O Parlamento Europeu adotou uma resolução pedindo ação urgente da UE em relação à “catastrófica” crise humanitária em Gaza, no encerramento de sua sessão plenária em Estrasburgo, na quinta-feira, após ocorrer de 8 a 11 de setembro, segundo a Anadolu.
“O Parlamento condena veementemente a obstrução do governo israelense à ajuda humanitária, que está provocando uma onda de fome no norte de Gaza, e apela à reabertura de todas as passagens de fronteira relevantes. Solicita urgentemente o restabelecimento do mandato e do financiamento plenos da UNRWA, com supervisão rigorosa, e se opõe ao atual sistema de distribuição de ajuda”, afirmou o parlamento em um comunicado.
A resolução adotada recebeu 305 votos a favor, 151 contra e 122 abstenções.
“Os eurodeputados estão alarmados com a grave escassez de alimentos e a desnutrição resultantes da restrição da ajuda humanitária e enfatizam a necessidade urgente de acesso pleno, seguro e irrestrito a itens essenciais, como alimentos, água, suprimentos médicos e abrigo”, afirma o comunicado.
Eles também exigiram a restauração imediata da infraestrutura vital, instaram todas as partes a respeitarem suas obrigações humanitárias perante o direito internacional e pediram um cessar-fogo imediato e permanente, juntamente com a libertação de todos os reféns.
“Os eurodeputados enfatizam que o direito de Israel de se defender não justifica ações militares indiscriminadas em Gaza e expressam preocupação com as contínuas operações militares na Faixa de Gaza, que levaram a um sofrimento insuportável para a população civil, ao mesmo tempo em que denunciam o uso de civis como escudos humanos pelo Hamas”, afirma o comunicado.
A resolução também endossou a decisão da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de suspender o apoio bilateral da UE a Israel e suspender parcialmente o acordo UE-Israel sobre questões comerciais.
“Os eurodeputados querem investigações completas sobre todos os crimes de guerra e violações do direito internacional, e que todos os responsáveis sejam responsabilizados. O Parlamento também apoia as sanções da UE contra colonos e ativistas israelenses violentos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental e pede sanções aos ministros israelenses Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir”, diz o comunicado.
O Parlamento também apelou às instituições da UE e aos Estados-membros para que prossigam os esforços diplomáticos em direção a uma solução de dois Estados antes da Assembleia Geral da ONU em setembro.
“O estabelecimento de um Estado Palestino é fundamental para a paz, a segurança de Israel e a normalização regional, segundo o parlamento. Os Estados-membros devem considerar o reconhecimento do Estado da Palestina, conclui, com vistas à implementação da solução de dois Estados”, acrescentou.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na quarta-feira que proporá um pacote de medidas contra Israel, suspendendo o apoio bilateral, parcialmente o Acordo de Associação e sancionando ministros extremistas.
“Proporei um pacote de medidas para abrir caminho. Primeiro, a Comissão fará tudo o que puder por conta própria. Suspenderemos nosso apoio bilateral a Israel. Suspenderemos todos os pagamentos nessas áreas sem afetar nosso trabalho com a sociedade civil israelense”, anunciou von der Leyen durante seu discurso sobre o Estado da União.
Ela também prometeu propor sanções aos ministros israelenses extremistas e aos colonos violentos, além de propor uma suspensão parcial do Acordo de Associação em questões relacionadas ao comércio.








