clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Aliança Global pela Palestina chama Dia de Ação pelo fim do cerco a Gaza

5 de setembro de 2025, às 10h50

Flotilha Global Sumud, rumo a Gaza, parte de Barcelona, em 31 de agosto de 2025 [Esra Hacioglu/Agência Anadolu]

A Aliança Global pela Palestina (GAFP, em inglês) pediu nesta quinta-feira (3) firme apoio à Flotilha Global Sumud pelo fim do cerco a Gaza, ao ecoar chamados por um Dia de Ação Global, em 6 de setembro, por justiça ao povo palestino.

Em informe à imprensa, o coletivo estimou que ao menos 70 organizações juntarão forças na data, para reivindicar o fim do genocídio e sítio militar israelenses.

“Esta iniciativa vem em um momento de urgência sem precedentes”, disse a nota. “Após 17 anos de cerco, Gaza é compelida ao âmago da fome. Comunidades inteiras deixadas sem comida, remédios e água potável. Famílias não sofrem apenas os efeitos da guerra, mas a imposição deliberada de uma catástrofe. O bloqueio de Israel não uma tragédia da geografia ou do acaso; é um sistema de controle projetado para punir e isolar, mecanismo central do genocídio em curso”.

Para o GAFP, o maior desafio ao embargo israelense se apresenta, hoje, por operações de flotilha. “Por mais de uma década, flotilhas cruzaram o Mediterrâneo contra o cerco naval de Israel, com uma mensagem de solidariedade a Gaza”.

“Essas viagens são mais do que missões humanitárias”, acrescentou o coletivo, “são atos de resistência que asseveram que Gaza, por princípio, não seguirá isolada do mundo. Do Handala ao Madleen, das flotilhas que vieram antes deles, esses navios carregaram não apenas insumos, como a coragem e esperança”.

O chamado da GAFP coincide com a jornada em curso da Flotilha Global Sumud, com ao menos 200 ativistas de 44 países, que partiu de Barcelona, na Espanha, na segunda-feira (1º), após o mau tempo forçar seu retorno no dia anterior.

Dentre seus tripulantes, estão a ativista sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila, o ator irlandês Liam Cunningham e a ex-prefeita de Barcelona, Ada Colau.

Embarcações da Itália e Tunísia se juntarão à missão, em um ponto de encontro na Sicília. Estima-se que a frota final contenha 500 pessoas e 60 barcos. A previsão é chegar a Gaza em meados deste mês.

Duas iniciativas prévias — com apenas um barco cada: Madleen, em junho, e Handala, no mês seguinte — foram interceptadas ilegalmente em alto-mar por Israel.

Seis de setembro — Dia de Ação Global — será, segundo o comunicado, “não um fim em si, mas um momento de esforços crescentes e constantes para romper o cerco, dar fim à ocupação e resistir à máquina de guerra e de extermínio”.

“Gaza não morrerá em silêncio”, concluiu a nota. “Nos mobilizaremos, resistiremos e continuaremos juntos até que o cerco acabe”.

Israel mantém embargo quase absoluto à assistência humanitária a Gaza, ao assumir o controle da distribuição mediante a chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês), mecanismo militarizado responsável por mais de mil mortes.

As ações israelenses, investigadas como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, deixaram ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome, desde outubro de 2023.

Na semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do consórcio da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), declarou oficialmente a fome generalizada em Gaza, com centenas de milhares afetados.