O jornal israelense Haaretz, em reportagem investigativa, confirmou nesta quarta-feira (3) que um grupo irregular de colonos conhecido como Uriah — composto majoritariamente por colonos ilegais radicados na Cisjordânia — tem operado em Gaza sob supervisão do exército israelense, ao destruir sistematicamente casas palestinas.
Segundo as informações, o grupo segue ativo há mais de um ano, incumbido de missões de demolição que põem em risco civis palestinos na linha de fogo.
O Haaretz reportou que a milícia colonial escolta tropas a túneis e edifícios marcados por eventual presença de explosivos, incluindo ao usar palestinos abduzidos como “escudos humanos”.
A chamada Força Uriah é identificada como uma das numerosas unidades de demolição em Gaza, com know-how dos pogroms na Cisjordânia. Testemunhas corroboraram o uso de maquinário pesado, “com um único propósito: destruição”.
Segundo dados disponíveis, há ligações entre o grupo paramilitar e Bezalel Zinni, irmão de David Zinni, recém-nomeado chefe do serviço interna israelense, Shin Bet.
O Haaretz notou que a força não integra um quadro militar organizado, composta, em seu lugar, de pequenas unidades independentes, que recrutam colonos via firmas privadas — em condições, portanto, de mercenários.
A dimensão da subordinação do grupo ao exército regular da ocupação é vaga.
Segundo fontes, a missão pode ser sumarizada: “Destruir Gaza”.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco e fome. Entre as vítimas fatais, ao menos 18.500 são crianças.
Neste período, bombardeios e demolições planejadas devastaram a infraestrutura civil do enclave palestino. Escolas, hospitais e abrigos não foram poupados.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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