A Organização das Nações Unidas (ONU) advertiu nesta terça-feira (2) para a escalada do deslocamento à força e restrições a operações humanitárias por Israel, na Faixa de Gaza, segundo reportagem da agência Anadolu.
“Nossos colegas relatam que pessoas continuam a fugir, sobretudo rumo à costa”, notou o porta-voz Stephane Dujarric, durante coletiva de imprensa. “Desde 14 de agosto, nossos parceiros registraram mais de 76 mil deslocamentos … dos quais 23 mil na direção norte-sul, em maioria dentro da província de Gaza”.
Ao mencionar dados do Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Dujarric reiterou que “áreas costeiras na cidade homônima já sofrem lotação extrema de tendas, ao forçar alguns dos deslocados a fugir outra vez ao norte, a áreas perto de Zikim, apesar de ordens de evacuação”.
Dujarric indicou piora na crise humanitária, com “relatos diários de mortes relacionadas à desnutrição” em todo o enclave sitiado.
Ao apontar a restrições de acesso assistencial pelo exército de Israel, Dujarric insistiu que “o movimento de equipes humanitárias dentro de Gaza segue duramente restrito”.
“Entre sexta e segunda-feira, uma a cada três missões agendadas foram ou impedidas ou inteiramente negadas pelas autoridades israelenses”, acrescentou. “Isto é, doze dentre as 37 missões que coordenamos com Tel Aviv”.
“Como resultado, várias missões jamais foram concluídas”, concluiu. “Inspeções físicas por parte de Israel continuam a procrastinar consideravelmente as aprovações ao fluxo de assistência, sobretudo no porto de Ashdod”.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 63 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Entre as vítimas fatais, ao menos 18.500 são crianças.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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