clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Evacuação do Hospital Nasser seria ‘mais do que desastrosa’, alerta OMS

26 de agosto de 2025, às 15h44

Danos no Hospital Nasser após ataques de Israel, em Khan Younis, Gaza, 25 de agosto de 2025 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou nesta terça-feira (26) que a evacuação do Hospital Nasser em Khan Younis, no sul de Gaza, bombardeado por Israel na segunda-feira, seria “mais do que desastrosa”.

“Não quero imaginar quais seriam as implicações se o complexo médico Nasser deixasse de operar”, comentou Rik Peeperkorn, emissário da OMS para a Palestina ocupada. “Seria mais que desastroso para um sistema de saúde já devastado e uma população que está sofrendo”.

Peeperkorn advertiu que não há planos de evacuação no momento e que “nunca deveria haver”, ao ressaltar a “importância crítica” do centro de saúde, como “o maior hospital de referência” remanescente em Gaza.

O emissário notou ainda que a taxa de ocupação do complexo superou 300% e que a OMS provém apoio tanto quanto possível.

Peeperkorn descreveu o duplo ataque israelense ao Hospital Nasser nesta segunda-feira — transmitido ao vivo, com ao menos 20 palestinos mortos, incluindo cinco jornalistas — como “completamente inaceitável”.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 62 mil mortos, 155 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob destruição e fome. Dentre as vítimas fatais, dezoito mil são crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.