Ao menos 46 pessoas, em maioria mulheres e crianças, morreram de fome no estado sudanês de Cordofão do Sul, nos últimos dois meses, reportou a Rede de Médicos do Sudão, neste sábado (23).
“Monitoramos 46 mortes no Cordofão do Sul devido à desnutrição em julho e agosto, a maioria mulheres e crianças”, enfatizou o alerta. “Ao menos 19 mil grávidas e lactantes vivem em demanda urgente de nutrição suplementar”.
O grupo condenou o uso da fome como arma de guerra, “crime contra a humanidade e crime de guerra sob a lei internacional”, ao acusar as Forças de Suporte Rápido (FSR), ex-aliados do exército, agora em guerra, de sitiar civis.
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Segundo a nota, é imperativo “suspender imediatamente o bloqueio e abrir corredores humanitários seguros para entrega irrestrita de comida e medicamentos”.
A rede apelou a “autoridades locais, regionais e internacionais, incluindo Organização Mundial da Saúde (OMS) e todas as agências relevantes, a intervir imediatamente para salvar grávidas, lactantes e crianças, antes que seja tarde demais”.
A guerra civil sudanesa, entre o exército regular e a FSR, intensificou-se nos estados de Cordofão, nos últimos meses.
Deflagrado em abril de 2023, o conflito matou ao menos 20 mil pessoas e deslocou até 14 milhões, segundo dados das Nações Unidas. Pesquisas, no entanto, apontou para subnotificação, com até 130 mil mortos devido à guerra.








