clear

Criando novas perspectivas desde 2019

França deixa de renovar vistos a companhia aérea El Al, alega imprensa israelense

13 de agosto de 2025, às 08h53

Aeronave da companhia aérea israelense El Al, no aeroporto internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, em 30 de novembro de 2021 [Kobi Wolf/Bloomberg via Getty Images]

Autoridades francesas deixaram de renovar vistos de trabalho a agentes de segurança da companhia aérea israelense El Al, alegou nesta terça-feira (12) a imprensa israelense, em meio a tensões Paris—Tel Aviv e Paris.

As informações da agência de notícias Anadolu.

Segundo o jornal em hebraico Yedioth Ahronoth, os funcionários, registrados como “ITAN” — ou cidadãos israelenses em missão diplomática — podiam viver e trabalhar na França, contudo, carecem agora de credenciais legais.

Diante do impasse, prosseguiu a reportagem, vários funcionários tiveram de obter vistos temporários, via embaixada em Paris, enquanto outros retornaram a Israel.

Autoridades francesas não confirmaram quaisquer medidas.

Segundo o Ministério de Relações Exteriores de Israel, em contato com o Jerusalem Post, as questões seguem debatidas via missão parisiense.

A medida coincide ainda com protestos contra a empresa israelense, denunciada como cúmplice do genocídio e apartheid em curso na Palestina ocupada. Na última semana, o escritório da El Al em Paris foi grafitada, levando à evacuação de pessoal.

Nesta segunda-feira (11), pilotos da El Al se queixaram de um controlador de tráfego aéreo que teria entoado “Palestina livre” via comunicadores, no aeroporto internacional Charles de Gaulle, na capital francesa.

Em julho, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou intenções de reconhecer um Estado palestino, conforme a “solução de dois Estados”, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, diante da crise humanitária em Gaza.

Israel ignora apelos internacionais por cessar-fogo em Gaza, ao manter ataques a Gaza há quase dois anos, com mais de 62 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. As vítimas são, em maioria, mulheres e crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) — também em Haia —, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.