Entre 28 e 30 de julho, organizações e redes integrantes do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial se reuniram com movimentos camponeses, de mulheres e dos povos tradicionais dos países da África, especialmente da região oeste do continente, para organizar um ano de caminhada até a próxima edição mundial centralizada que ocorrerá entre 4 e 8 de agosto de 2026, em Cotonou, Benin.
Durante a reunião, que analisou os aspectos mais desafiadores da agenda global para montagem dos eixos temáticos do FSM 2026, a luta palestina foi uma preocupação comum. No dia 30 de julho, participaram assinaram uma declaração conjunta lamentando que a comunidade internacional tenha falhado ao não deter a agressão a Gaza, nem condenar o genocídio, no momento agravado pelo bloqueio à ajuda médica e humanitária enquando prossegue o fornecimento de armas a Israel. “Esse silêncio e inação revelaram o colapso do sistema multilateral herdado do pós-guerra e sua incapacidade de agir em um mundo agora dominado por uma ideologia capitalista global”, afirma o documento. “A magnitude do desastre é sem precedentes: as portas do inferno permanecem abertas não apenas em Gaza, mas em todos os territórios palestinos ocupados.”
Lembrando os crimes cometidos contra o povo palestino há mais de 75 anos, as organizações do CI-FSM afirmam que o Estado de Israel é uma ameaça para toda a humanidade. E a Palestina tornou-se a bússola das forças da mudança: encarna uma resistência legítima e viva pelo direito à autodeterminação, ao mesmo tempo que revela a persistência das políticas coloniais e racistas, assim como as novas formas de hegemonia cultural.
A luta palestina está enraizada nos princípios fundadores do Fórum Social Mundial, conforme aponta o documento: a luta contra o neoliberalismo, a dominação colonial, pelos direitos dos povos, das minorias, dos cidadãos e pelos valores universais da solidariedade humana.
Os signatários afirmam que a Palestina não está lutando apenas por sua própria libertação, “mas também pela nossa”. E que outro mundo é possível, mas começará com a Palestina
A carta, com as primeiras assinaturas, está disponível no formulário aberto a novas adesões.








