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‘Sede como arma’: Especialistas da ONU condenam ações de Israel em Gaza

30 de julho de 2025, às 16h24

Palestinos deslocados, incluindo crianças, aguardam distribuição de água na Cidade de Gaza, em 17 de maio de 2025 [Mahmoud Issa/Agência Anadolu]

Especialistas das Nações Unidas condenaram Israel nesta terça-feira (29) por utilizar a “sede como arma” contra a população palestina, reportou a agência Anadolu.

Em nota, o grupo de peritos reiterou que “Israel está usando a sede como arma para matar palestinos”, ao descrever o cerco a água e comida como “bomba mortal”, em especial contra bebês e crianças.

Os especialistas lamentaram como “insuportável” as imagens de crianças vitimadas pela fome nos braços de suas mães, ao apontar que a “catástrofe foi prevista” pelas autoridades israelenses, mediante cerco e destruição de infraestrutura civil.

“Como os líderes globais podem dormir à noite com tamanho sofrimento?”, indagou o alerta.

Para o grupo, as ações israelenses em Gaza são “bárbaras” e constituem crime sob o Estatuto de Roma.

“Os ataques intencionais, sistemáticos e generalizados contra os palestinos refletem a imposição deliberada de condições de vida calculadas para levar à destruição toda uma população — isto é, ato de genocídio”, explicou a denúncia.

Os especialistas reivindicaram ainda “emprego imediato de assistência humanitária por vias navais”, a partir dos portos mediterrâneos, incluindo comida, água, equipes e combustível para suprir demandas emergenciais.

“A comunidade internacional tem de agir agora mesmo para dar fim a essa privação ilegal e desumana e garantir restauração urgente do serviço de água e saneamento em Gaza”, acrescentou o alerta.

Estima-se 147 mortos por desnutrição em Gaza, sob cerco israelense — incluindo 88 crianças.

Israel ignora apelos por cessar-fogo e acesso humanitário, ao manter seu genocídio em Gaza há 21 meses, com ao menos 60 mil mortos e dois milhões de desabrigados. As vítimas são, em maioria, mulheres e crianças.

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