Palestinos sequestrados por Israel na Faixa de Gaza, mantidos em custódia nas cadeias da ocupação, reportaram abusos físicos e psicológicos gravíssimos, incluindo ao serem forçados a beber álcool e submetidos a queimaduras por água fervente.
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (24), a Comissão de Assuntos Prisioneiros e a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos reiteraram que suas equipes legais coletaram testemunhos durante visitas a diversas instalações israelenses, em julho, incluindo Sde Teiman, Ketziot, Ofer e Complexo Russo.
“Os relatos refletem níveis inéditos de tortura durante prisão e interrogatório”, alertou a nota, ao reafirmar que os prisioneiros continuam a sofrer “negligência médica, fome deliberada e abuso sistêmico dentro das prisões e campos militares”.
Um prisioneiro observou ter sido obrigado a beber álcool — contra a sua religião — por carcerários israelenses. Outro tentou suicídio após um interrogador israelense lhe falar que toda sua família fora morta — alegação desde então desmentida.
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Outros testemunhos abrangem espancamento severo, enquanto nus, queimaduras de água fervente e ataques com cães policiais, incluindo feridos.
“Os relatos, contudo, são somente uma pequena parcela das centenas de registros dos prisioneiros de Gaza”, disse o informe, ao ressaltar que dezenas morreram sob tortura, além de desaparecidos na rede penitenciária de Israel.
O comunicado enfatizou que as práticas são crime de guerra e contra a humanidade ao reivindicar, mais uma vez, investigação internacional.
Israel mantém ataques a Gaza há 20 meses, com mais de 59 mil mortos e dois milhões de desabrigados sob cerco, destruição e catástrofe de fome. O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia deferida em janeiro de 2024.
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