clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Parlamento de Israel vota imposição de ‘soberania’ na Cisjordânia

23 de julho de 2025, às 12h29

Soldados israelenses prendem palestinos durante operação no campo de Balata, em Nablus, na Cisjordânia ocupada, em 18 de junho de 2025 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]

O parlamento de Israel (Knesset) deve votar nesta quarta-feira (23) uma declaração de apoio à imposição da “soberania” israelense sobre a Cisjordânia. A votação encerrará a sessão final do Knesset antes do recesso de meio do ano.

A medida foi introduzida à agenda pelos deputados extremistas Simcha Rothman, Orit Strock, Dan Illouz e Oded Forer. A presidência do legislativo aprovou a tramitação nesta segunda (21), apesar de crise sensível doméstica e internacionalmente.

Embora a peça seja não-vinculativa, insta o regime do foragido internacional Benjamin Netanyahu a “assumir medidas para implementar soberania na Judeia e Samaria [sic]”, reunindo deputados governistas e opositores.

Segundo o Canal 12, diplomatas têm pressionado o Knesset a esclarecerem se a peça é mero apelo ao governo ou sinal de novas ações, incluindo aprovação parlamentar para uma eventual anexação ilegal.

O voto é visto como parte da política israelense de promover controle gradual sobre a Cisjordânia ocupada, através da expulsão da população palestina nativa e substituição por colonos — isto é, limpeza étnica.

A sessão acompanha uma votação prévia na qual o Knesset rechaçou unilateralmente, por ampla maioria, o direito palestino de se estabelecer um Estado próprio, mensagem clara à comunidade internacional no contexto do genocídio em Gaza.

Soldados e colonos israelenses intensificaram ações na Cisjordânia, com 998 palestinos mortos e 700 feridos, desde outubro de 2023, paralelamente à catástrofe de Gaza. Dez mil permanecem ainda encarcerados arbitrariamente.

Em julho último, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao instar evacuação imediata e reparação aos nativos.

Em setembro, a decisão evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas — por maioria absoluta dos votos, com prazo de um ano a ser executada.

LEIA: Exército de Israel demole três casas palestinas na Cisjordânia ocupada