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Gaza tem 55 mil grávidas sob cerco, 11 mil em risco de fome, reporta ONU

22 de julho de 2025, às 14h47

Mães palestinas buscam cuidados básicos no Hospital Hilwa, sob ataques e sítio israelenses, na Cidade de Gaza, em 24 de maio de 2025 [Hamza Z. H. Qraiqea/Agência Anadolu]

Um novo relatório do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA) estimou 55 mil mulheres grávidas atualmente em Gaza, sob condições de piora humanitária, devido à campanha militar israelense, incluindo cerco.

O alerta observou que milhares dessas mulheres devem dar à luz no próximo mês, mas que hospitais carecem de suprimentos e equipamentos básicos. Maternidades sofrem pressão extrema, incluindo falta de pessoal, reiterou.

Conforme as estimativas, ao menos 11 mil palestinas grávidas vivem risco de inanição e desnutrição aguda, com ameaça de morte e mesmo sequela permanente a seus bebês, bem como complicações neonatais ou durante o parto.

A agência das Nações Unidas destacou que o cerco em curso, com restrições arbitrárias à entrada de comida e bens médicos, está piorando cada vez mais a crise humanitária. Neste sentido, instou ação internacional urgente, para suprir o mínimo das demandas necessárias das mulheres e crianças.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza — órgão técnico cujos dados são corroborados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) —, ao menos 86 pessoas, entre as quais 76 crianças, morreram de fome e sede desde outubro de 2023.

O gabinete de comunicação do governo local alertou recentemente que o enclave está “à margem de um morticínio em massa”, após 140 dias de fechamento quase absoluto de todas as travessias de fronteira.

Israel ignora apelos por cessar-fogo, ao manter ataques indiscriminados a Gaza há 650 dias, com aos menos 59 mil mortos e dois milhões de desabrigados.

O Estado israelense é réu por genocídio Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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