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Gaza vive crise de sede, sob ataques de Israel e destruição de infraestrutura civil

18 de julho de 2025, às 13h24

Palestinos deslocados pelos ataques de Israel, incluindo crianças, tentam encher galões com água para suprir suas necessidades básicas, na Cidade de Gaza, em 17 de julho de 2025 [Mahmoud Issa/Agência Anadolu]

As regiões sul e central de Gaza estão vivenciando uma das piores crises humanitárias do mundo hoje, com mais de 1.5 milhão de palestinos submetidos a sede, reportaram organizações locais e internacionais.

Usinas de dessalinização pararam quase completamente de funcionar, devido ao cerco e subsequente falta de combustível, à medida que o verão no Hemisfério Norte assola Gaza, com recordes de temperatura.

A crise hídrica se agravou ainda mais após forças da ocupação israelense desativarem o sistema de dutos de Mekorot, uma das principais fontes de água potável em Gaza, em meio ao genocídio em curso contra o enclave.

Nos campos centrais de Gaza — Deir al-Balah, Nuseirat, Bureij, Zawaida, Maghazi e al-Masdar — residentes recorrem sobretudo a água do mar parcialmente tratada, após a usina de dessalinização de Deir al-Balah deixar de operar por falta de energia.

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Em Khan Younis, no sul, mais de 1.2 milhão de deslocados concentrados em al-Mawasi dependem também de água do mar para amenidades básicas, como higiene e limpeza, após tropas israelenses destruírem poços artesianos em uma invasão por terra.

Segundo o gabinete de comunicação do governo de Gaza, o exército israelense conduz hoje uma “guerra sistemática de sede”, com ao menos 112 massacres cometidos contra civis que buscavam água para beber. Mais de 700 pessoas foram mortas — em maioria, crianças —, além de milhares de feridos.

A assessorial revelou que as forças ocupantes destruíram deliberadamente mais de 720 poços artesianos, privando 1.25 milhão de pessoas de acesso a água limpa.

Além disso, Israel bloqueia entrada de 12 milhões de litros de combustível a cada mês, o que levou ao fechamento da usina de dessalinização e das instalações de tratamento de esgoto, com colapso dos sistemas de saneamento, causando doenças.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 58 mil mortos e dois milhões de desabrigados sob cerco e crise humanitária. As ações são investigadas como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).

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