Nesta quarta-feira (16), durante sessão do Conselho de Segurança, Catherine Russell — diretora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) — advertiu para números alarmantes no impacto da ofensiva israelense em Gaza sobre as crianças.
Russell confirmou que ao menos 17 mil crianças foram mortas por Israel desde o início da crise, uma média de ao menos 28 crianças por dia — ou “equivalente a uma sala de aula”, corroborou, em referência a dados desta semana das Nações Unidas.
“Crianças não são agentes políticos”, destacou a oficial. “Elas não começam o conflitos, tampouco têm poder para pará-los. Contudo, são as que mais sofrem e podem pensar apenas que o mundo as abandonou”.
Na mesma sessão, Tom Fletcher, subsecretário-geral das Nações Unidas, repetiu alertas sobre a situação do sistema de saúde em Gaza, em “níveis catastróficos”.
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“Somente 17 dos 36 hospitais e 63 dos 17 centros de saúde primária estão funcionais, todos parcialmente, embora as baixas em massa cheguem diariamente”, observou. Seu alerta notou ainda que metade dos equipamentos médicos foram danificados, além da escassez crítica de combustível, com interrupção de resgate e outros serviços.
Ao expressar apreensão sobre a fome entre as crianças, segundo dados reportados em junho, Fletcher observou que “ao menos 5.800 meninos e meninas têm diagnóstico de desnutrição aguda”.
“Na semana passada, em meio à crise de fome, crianças e mulheres foram mortas por um ataque israelense, enquanto aguardavam insumos alimentares para que pudessem meramente sobreviver”, acrescentou o subsecretário.
A campanha israelense no enclave sitiado — investigada como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia — deixou mais de 197 mil civis mortos e feridos, além de 11 mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados.








