O Centro Palestino para Desaparecidos reportou que ao menos 350 desaparecidos sob os escombros de Gaza, sob ataques israelenses, nas últimas duas semanas. Conforme o órgão especializado, trata-se de crime deliberado que requer ação internacional.
Em nota divulgada na terça-feira (15), compartilhada com o Centro de Informações da Palestina, a instituição detalhou que, no dia anterior, vinte membros da família Arafat sumiram sob os destroços de um edifício de cinco andares, em al-Tuffah, na Cidade de Gaza, sob bombardeio israelense.
Ainda na segunda-feira (14), foi registrado o desaparecimento de ao menos 30 pessoas das famílias Abdu e Musalam, com equipes de resgate impossibilitadas de alcançar as áreas alvejadas, devido a bloqueios e restrições das forças da ocupação.
Segundo o órgão palestino, tropas israelenses continuam a obstruir acesso das equipes de resgate, bem como equipamento e combustível, a toda a área leste de Gaza, apesar da piora exponencial da crise humanitária e diminuição, minuto a minuto, das chances de se encontrar sobreviventes.
O comunicado concluiu com uma série de apelos. Primeiro, às Nações Unidas e a Cruz Vermelha para intervir imediatamente e pressionar Tel Aviv a permitir salvo-conduto às equipes de resgate.
Segundo, para que as instituições da comunidade internacional lancem, com urgência, uma investigação independente sobre a obstrução deliberada das operações de busca por parte do exército da ocupação israelense.
Por fim, o centro instou agências de imprensa e associações de direitos humanos a não perderam foco sobre a matéria e documentarem os crimes, como violações sistêmicas das leis humanitárias internacionais.
Estima-se hoje 11 mil desaparecidos em Gaza, sob os ataques indiscriminados de Israel, desde outubro de 2023 — a grande maioria, provavelmente mortos sob os escombros.








