Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, braço armado do grupo Hamas, entrega prisioneiras de guerra israelenses à Cruz Vermelha, durante acordo de cessar-fogo, em al-Saraya, na Cidade de Gaza, em 19 de janeiro de 2025 [Dawoud Abo Alkas/Agência Anadolu]
Taher al-Nounou, oficial sênior do movimento palestino Hamas, afirmou à imprensa na quarta-feira (9) que a organização teria consentido em soltar dez prisioneiros de guerra israelense ainda em Gaza em troca de garantias de fluxo humanitário e cessar-fogo no enclave.
Conforme al-Nounou, o Hamas está demonstrando alto grau de flexibilidade durante as negociações em Doha, no Catar, ao responder positivamente aos mediadores.
Al-Nounou reconheceu dificuldades e desafios na atual rodada de conversas; contudo, destacou que o movimento permanece comprometido com suas demandas essenciais, sobretudo plena retirada das tropas israelenses e fim da agressão.
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Al-Nounou reiterou que a prioridade do Hamas em qualquer negociação é salvaguardar os interesses do povo palestino e dar fim ao “crime de genocídio” conduzido em Gaza, bem como garantir socorro humanitário livre e digno à população carente.
Segundo al-Nounou, a flexibilidade do Hamas às propostas dos mediadores configura a principal razão pelos progressos nas negociações. Deste modo, observou, a soltura dos prisioneiros de guerra recairia ao contexto político e humanitário.
Todavia, ressaltou importância de garantias internacionais, ao instar uma posição firme das Nações Unidas e da comunidade internacional para que Israel cumpra os eventuais termos acordados.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza sitiada desde 7 de outubro de 2023, em retaliação e punição coletiva a uma operação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados. Neste período, mais de 57 mil palestinos foram mortos pelas ações de Israel, além de dois milhões de desabrigados, sob catástrofe de fome.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), radicado em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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