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Campos em ruínas: Israel aplica plano de deslocamento na Cisjordânia, alerta ONU

28 de junho de 2025, às 03h16

Roland Friedrich, diretor de Assuntos da UNRWA na Cisjordânia, inspeciona danos após demolições ilegais israelenses, no campo de refugiados de Nur Shams, 2 de novembro de 2024 [Jaafar Ashtiyeh/AFP/Getty Images]

Roland Friedrich, diretor de Assuntos da Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) na Cisjordânia, ressaltou nesta quinta-feira (26) que a região não vive “trégua” nos últimos 12 dias, com novas demolições de dezenas de estruturas civis conduzidas pelo exército da ocupação israelense.

Friedrich explicou que os batalhões coloniais continuam a demolir casas e prédios nos campos de refugiados de Jenin, Tulkarm e Nur Shams, ao privar milhares de famílias de graus mínimos de dignidade, sem que consigam salvar sequer bens pessoais.

“Vemos agora campos, antes cheios de vida, reduzidos a escombros”, reportou o oficial das Nações Unidas. “Não se trata somente de destruição, mas sim parte sistemática de um plano para deslocamento forçado, violação flagrante da lei internacional e forma de punição coletiva”.

Em 21 de janeiro, o exército israelense lançou uma nova campanha militar hostil contra o norte da Cisjordânia, a partir de Jenin e seu campo de refugiados.

No domingo (22), tropas da ocupação demoliram edifício em Jenin e Nur Shams, além de invadirem dezenas de comunidades e prenderam residentes, somados a milhares de reféns e presos políticos palestinos nas cadeias de Israel.

Conforme um comunicado prévio da prefeitura de Jenin, o exército israelense demoliu 95 casas, constituindo 335 do campo. A mesma nota estimou que, desde a deflagração do genocídio em Gaza, em outubro de 2023, cerca de 600 residências foram demolidas, com deslocamento à força de 22 mil pessoas.

Segundo dados oficiais, a escalada colonial israelense deslocou ainda cinco mil famílias de Nur Shams e Tulkarm, totalizando 25 mil pessoas. Ao menos 2.573 casas sofreram danos parciais e outras 400 foram destruídas.