O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, busca postergar seu julgamento por corrupção ao insistir em sua guerra contra os palestinos de Gaza, destacou ontem (19) o Canal 13 da televisão israelense, ao reforçar um sentimento de crise interna.
Netanyahu é acusado de fraude, propina e crime de responsabilidade.
Uma corte distrital retomou o caso do premiê em 4 de dezembro, após dois meses de hiato devido a sua deflagração da guerra em Gaza, em 7 de outubro.
“Anos atrás, Netanyahu prometeu governar o país mesmo enquanto seu julgamento penal ocorresse. Hoje, no entanto, pressiona a promotoria a ignorar provas cruciais em seu caso”, comentou o Canal 13.
“O advogado de Netanyahu, Amit Hadad, enviou uma carta à Procuradoria Geral pedindo que testemunhos sejam indeferidos, segundo ele, porque o premiê não será capaz de se preparar para os questionamentos até o fim da guerra”.
Segundo a emissora, são testemunhas “importantes”, como o ministro da Justiça Yariv Levin, o deputado Ze’ev Elkin e o assessor legal do premiê, Shlomit Barnea.
Há depoimentos pendentes do ex-chefe do Mossad, Tamir Pardo; ex-chefe do Shin Bet, Yuval Diskin; Tzipi Livni, deputada e ex-ministra; Miriam Adelson, editora do jornal hebraico Yisrael Hayom; e David Shimron, primo de Netanyahu.
Promotores disseram ter receios de que os esforços de Netanyahu consigam adiar o processo em meses.
A primeira audiência de Netanyahu ocorreu em 24 de maio de 2020. A lei de Israel não determina que um político indiciado se torne inelegível ou perca seu mandato — salvo quando condenado.
Israel mantém bombardeios intensos contra Gaza desde 7 de outubro, com 19.453 mortos e 52.286 feridos até então, além de dois milhões de deslocados à força dentre uma população de 2.4 milhões de pessoas.
Netanyahu se vê em crise interna, à medida que famílias dos prisioneiros de guerra em Gaza protestam contra o governo e soldados feridos se recusam a encontrá-lo.
As baixas do lado israelense escalaram nas últimas semanas, apesar de declarações de vitória no norte de Gaza, à medida que a resistência palestina usa os escombros como espaço tático de guerrilha.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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