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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Bombardeios israelenses a Gaza matam sete jornalistas até então

Ilustração mostra os sete jornalistas mortos pelos bombardeios israelenses a Gaza [Reprodução/Al Jazeera]

Tropas da ocupação israelense estão deliberadamente alvejando jornalistas palestinos na Faixa de Gaza sitiada, reportaram agências de imprensa após três correspondentes serem mortos nesta terça-feira (10).

O total de repórteres mortos desde sábado chegou a sete. As vítimas foram identificadas como Ibrahim Lafi, Muhammad Jarghun, Muhammad al-Salhi, Asaad Shamlikh, Saeed al-Taweel, Muhammad Subh Abu Rizq e Hisham Al-Nawajaha.

ASSISTA: Gaza enterra jornalistas mortos por Israel

Israel lançou sua mais recente ofensiva contra Gaza no último sábado (7), após combatentes da resistência romperem a cerca nominal, em resposta aos 17 anos de cerco e uma escalada exponencial de ataques de colonos e soldados em Jerusalém e na Cisjordânia.

Cerca de mil palestinos — incluindo 300 crianças e 250 mulheres — foram mortos, além de cinco mil feridos.

Quase 2.4 milhões de palestinos sofrem um desastre humanitário sob a agressão em curso contra Gaza. O massacre deixou civis sem teto, ao privá-los de necessidades básicas, como água, comida, eletricidade e medicamentos.

O escritório de comunicação do governo em Gaza documentou dezenas de ataques e crimes contra profissionais e redes de imprensa.

Ao menos dez jornalistas foram feridos; suas condições variam. Outros dois repórteres desapareceram: Nidal al-Wahidi e Haitham Abdul-Wahed.

LEIA: Ministro de Israel promete distribuir dez mil rifles a colonos fundamentalistas

A unidade de monitoria confirmou que as casas dos jornalistas Rami al-Sharafi e Basel Khair al-Din foram destruídas. Outras centenas de residências sofreram danos parciais.

Dezenas de escritórios de mídia foram parcial ou totalmente danificados pelos ataques israelenses contra as torres Palestina e al-Watan, em zonas civis de Gaza. Ao menos 40 redações foram afetadas.

Apesar dos riscos, reiterou o gabinete de comunicação do governo, os jornalistas palestinos estão resolutos em manter sua cobertura profissional dos fatos em campo, para reportar os crimes da ocupação e responder à desinformação do exército de Israel.

Guerra e fake news

O conflito transcende as trincheiras, tomando as manchetes internacionais.

Após corporações de mídia no Brasil e no mundo propagarem rumores facciosos de “bebês decapitados” por militantes do grupo de resistência Hamas, repórteres em campo negaram quaisquer evidências das supostas atrocidades.

Oficiais da ocupação se recusaram a confirmá-los.

O repórter israelense Oren Ziv, da rede +972 Magazine, escreveu na plataforma social X (Twitter): “Estou recebendo perguntas sobre relatos de ‘bebês decapitados pelo Hamas’, publicados após a imprensa visitar o local. Não vimos qualquer evidência disso; comandantes e o porta-voz do exército tampouco mencionaram tais incidentes”.

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“Lamentavelmente, Israel usará agora tais alegações falsas para intensificar seu bombardeio a Gaza e justificar seus crimes de guerra”, concluiu Ziv.

O movimento de resistência Hamas também contestou as acusações, ao condenar a “difusão de propaganda da ocupação israelense, repleta de mentiras e fabricações, como tentativa de encobrir crimes e massacres realizados 24 horas por dia — dentre os quais, crimes de guerra e genocídio”.

“Os combatentes palestinos estão alvejando postos e bases militares e de segurança de Israel — todos alvos legítimos”.

O Hamas reiterou instruções a seus combatentes para evitar atacar civis, ao apontar para testemunhos televisionados de diversos colonos.

O Hamas lamentou ainda que a mídia corporativa se recuse a reportar os crimes de guerra e lesa-humanidade perpetrados pela ocupação, ao bombardear indiscriminadamente bairros civis, matando 1.050 pessoas, incluindo 260 crianças até então.

A palavra “decapitação” repetiu-se em declarações israelenses e reportagens da imprensa tradicional, dando a entender que crimes do tipo foram cometidos durante os avanços do Hamas, como tática de desinformação e fake news.

Palestinos denunciam a cobertura das corporações de mídia como “racista”.

Da mesma forma, a frase “crianças em gaiolas” inseriu-se em declarações e entrevistas por autoridades, como a reforçar outra notícia falsa; desta vez, gerada por um vídeo postado e retirado do ar após sua circulação.

Na noite da segunda-feira (9), o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, alegou em entrevista que palestinos mantêm “crianças enjauladas”; no entanto, sem provas.

ASSISTA: Não se preocupe, sou muçulmano’: Israelense relata experiência com combatente do Hamas 

Agências de checagem confirmaram que as imagens precediam os fatos, sem fonte e difundidas por uma conta do Tik Tok então desativada.

Também na segunda, a ganhadora do Oscar Jamie Lee Curtis postou uma foto de crianças assustadas com a legenda “terror dos céus”, ao sugerir violações por parte dos palestinos. Usuários online confirmaram que as vítimas nas imagens eram, na verdade, palestinos de Gaza sob os bombardeios de Israel, o que levou a atriz a apagar a postagem; todavia, sem retratação.

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