Há atualmente 723 palestinos mantidos nas prisões de Israel sem julgamento, incluindo onze menores de idade, reportou o jornal israelense Haaretz nesta segunda-feira (22).
Segundo as informações, o número de prisioneiros palestinos mantidos em custódia sem julgamento ou acusação – “detenção administrativa” – cresceu substancialmente de 671 pessoas no início de agosto. O índice atual é o mais alto desde 2008.
Cinquenta e dois dos prisioneiros sob detenção administrativa foram capturados no contexto da mais recente ofensiva israelense contra Gaza, no início do mês, sob imediata repressão ao movimento de Jihad Islâmica na Cisjordânia ocupada.
Tais palestinos são mantidos nas cadeias de Israel sob pretexto de “detenção preventiva”, explicou o Haaretz. “São levados perante um tribunal, mas seus advogados não recebem qualquer evidência contra eles, salvo um breve resumo das principais suspeitas”.
Ordens de detenção administrativa são assinadas pelo chefe do Comando Central das Forças de Defesa de Israel (FDI), com base em documentos secretos. As supostas provas são apresentadas a um juiz militar que aprova a prisão, sem a presença do suspeito.
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Segundo o Haaretz, o Serviço Penitenciário de Israel (SPI) concedeu dados ao Movimento por Liberdade da Informação em junho, segundo os quais 184 palestinos, incluindo um menor de idade, permanecem sob detenção administrativa há mais de um ano.
“Presos palestinos são detidos por longos períodos sem acusação, julgamento ou condenação, o que representa violação de direitos humanos”, afirmou a reportagem. “Grupos de advocacia descrevem a adoção deste mecanismo por Israel como ‘tática falida’ e demandam seu fim”.
Israel, prosseguiu o jornal, “mantém os prisioneiros palestinos sob condições deploráveis sem padrões adequados de higiene. Os detidos permanecem sistematicamente sujeitos a tortura e assédio desde o advento da ocupação israelense nos territórios palestinos”.








