A Alemanha advertiu na segunda-feira que a construção contínua de assentamentos por Israel apenas “perpetuará a ocupação israelense da Cisjordânia em vez de pôr fim a ela”, relata a Anadolu.
“A posição do governo alemão é muito clara: a construção de assentamentos viola o direito internacional. Rejeitamos isso veementemente. Também põe em risco o objetivo do governo alemão de uma solução negociada de dois Estados e perpetua a ocupação israelense da Cisjordânia em vez de pôr fim a ela, como exigido pela CIJ (Tribunal Internacional de Justiça)”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Kathrin Deschauer, em uma coletiva de imprensa em Berlim.
As declarações de Deschauer surgiram após o Gabinete de Israel aprovar uma proposta para 19 novos assentamentos na Cisjordânia ocupada, elevando o número total de novos assentamentos nos últimos anos para 69, segundo o ministro das Finanças israelense de extrema-direita, Bezalel Smotrich.
“O governo federal (alemão) tem insistido junto ao governo israelense para que interrompa completamente a construção de assentamentos. Para nós, é importante que haja a possibilidade de alcançar uma solução de dois Estados. Isso é do interesse da segurança de toda a região, tanto para Israel quanto para a possibilidade de um futuro Estado palestino”, acrescentou Deschauer.
As forças israelenses e os colonos ilegais mataram mais de 1.100 palestinos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, feriram quase 11.000 e detiveram cerca de 21.000 desde outubro de 2023, de acordo com dados palestinos.
Em um parecer histórico em julho passado, a Corte Internacional de Justiça declarou ilegal a ocupação israelense do território palestino e exigiu a evacuação de todos os assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Israel ocupa a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, desde 1967.
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