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Médicos Sem Fronteiras relata aumento de infecções respiratórias em Gaza em meio ao rigoroso inverno

20 de dezembro de 2025, às 11h07

Palestinos enfrentam inundações após fortes chuvas atingirem o campo de refugiados de Abu Marhil, no bairro de Az-Zaytun, na Cidade de Gaza, Gaza, em 10 de dezembro de 2025. [Hamza Z. H. Qraiqea – Agência Anadolu]

A organização Médicos Sem Fronteiras informou nesta sexta-feira que está registrando um aumento acentuado de infecções respiratórias em Gaza, à medida que o rigoroso inverno agrava as condições de vida já precárias, representando uma séria ameaça para crianças pequenas, segundo a Anadolu.

Em um comunicado publicado na rede social americana X, a organização humanitária médica afirmou que um bebê de 29 dias morreu na quinta-feira no Hospital Nasser, no sul de Gaza, apenas duas horas após chegar à ala pediátrica apoiada pela MSF no início da manhã. Apesar dos esforços, a equipe médica não conseguiu salvar a vida da criança.

O Ministério da Saúde de Gaza informou que o bebê morreu em decorrência de uma queda brusca de temperatura corporal.

Sua morte elevou para 13 o número de pessoas que morreram após serem internadas em hospitais devido à recente onda de frio e às condições climáticas extremas em Gaza.

A MSF afirmou que a combinação de condições climáticas extremas de inverno e a deterioração das condições de vida está aumentando significativamente os riscos à saúde em todo o enclave.

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Suas equipes continuam registrando altas taxas de infecções respiratórias no enclave, alertando que os casos devem aumentar ainda mais durante o inverno, colocando em risco principalmente crianças menores de cinco anos.

A organização humanitária disse que a situação está se agravando, pois Gaza enfrenta fortes chuvas e tempestades severas, enquanto centenas de milhares de palestinos permanecem deslocados e vivem em tendas improvisadas e danificadas, frequentemente inundadas.

O grupo pediu às autoridades israelenses que permitam imediatamente um aumento substancial na entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Na quarta-feira, a Defesa Civil de Gaza alertou que uma intensa onda de frio ameaça a vida de crianças, já que muitas famílias não têm abrigo adequado nem aquecimento em meio ao agravamento das condições humanitárias devido ao genocídio israelense no enclave.

Centenas de milhares de palestinos deslocados vivem em condições extremamente difíceis após suas casas terem sido destruídas e eles terem sido forçados a se deslocar. Muitas famílias estão abrigadas em tendas ou estruturas improvisadas, enfrentando grave escassez de cobertores, equipamentos de aquecimento e roupas de inverno à medida que as temperaturas caem.

O gabinete de imprensa do governo de Gaza acusou repetidamente Israel de não cumprir suas obrigações sob o cessar-fogo de 10 de outubro e seu protocolo humanitário, incluindo a entrada de materiais para abrigo e a entrega de 300 mil tendas e casas móveis para as famílias deslocadas.

Israel matou quase 70.700 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, e feriu mais de 171.100 em ataques na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, antes que a ofensiva fosse interrompida pelo acordo de cessar-fogo que entrou em vigor em 10 de outubro.

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