Mais de 200 profissionais de saúde foram mortos, centenas ficaram feridos e outros estão desaparecidos no Sudão desde o início do conflito entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF), grupo paramilitar, em abril de 2023, informou um grupo médico local nesta quinta-feira, segundo a Anadolu.
A Rede de Médicos do Sudão afirmou em comunicado que registrou a morte de mais de 234 profissionais de saúde desde o início da guerra, além de mais de 507 feridos. A organização informou que 59 profissionais de saúde continuam desaparecidos.
O grupo disse que outros 73 profissionais de saúde ainda estão detidos na cidade de Nyala, capital do estado de Darfur do Sul, em condições que descreveu como “extremamente precárias”, em áreas controladas pelas Forças de Apoio Rápido (RSF).
O grupo instou a comunidade internacional e as organizações humanitárias a tomarem medidas imediatas para pressionar pela proteção dos profissionais de saúde e garantir seu acesso seguro, descrevendo as ações como uma clara violação das leis internacionais que garantem a proteção do pessoal médico durante conflitos armados.
A organização também pediu a todas as partes envolvidas no conflito que cessem as violações, protejam os profissionais de saúde, libertem os detidos e divulguem o paradeiro dos desaparecidos.
Não houve comentários imediatos das autoridades sudanesas ou das RSF sobre o comunicado.
Dos 18 estados do Sudão, as Forças de Apoio Rápido (RSF) controlam todos os cinco estados da região de Darfur, no oeste, com exceção de algumas partes do norte de Darfur do Norte, que permanecem sob controle do exército. O exército, por sua vez, controla a maior parte das áreas dos 13 estados restantes, no sul, norte, leste e centro, incluindo a capital, Cartum.
O conflito entre o exército sudanês e as RSF, que começou em abril de 2023, já matou milhares de pessoas e deslocou milhões.
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