O ministro da Energia de Israel, Eli Cohen, disse na quinta-feira que espera que Israel e o Egito assinem seu novo acordo de exportação de gás natural “em semanas”, segundo a agência Anadolu.
Em entrevista ao jornal Yedioth Ahronoth, Cohen argumentou que “deixar gás natural no fundo do mar (do Mediterrâneo) contradiz a lógica econômica e as necessidades geopolíticas de Israel”, acrescentando que Israel tem gás suficiente para 30 anos de exportações e consumo interno.
Ele disse que leis e regulamentos devem facilitar, e não dificultar, o desenvolvimento.
O ministro afirmou que o novo acordo de exportação de gás de US$ 35 bilhões para o Egito “não foi bloqueado” pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
“As negociações entre os dois governos e as empresas de energia estão em andamento, e as divergências diminuíram significativamente”, disse ele.
Cohen afirmou que o Egito solicitou vários esclarecimentos de segurança – que ele não detalhou – e disse que eles estão quase resolvidos.
“Estimo que o acordo será assinado em algumas semanas”, disse ele.
Não houve comentários das autoridades egípcias sobre as declarações do ministro israelense.
Descrevendo o acordo como “histórico”, Cohen disse que ele garantiria preços de energia mais baixos para os consumidores israelenses e “fortaleceria a posição internacional e regional de Israel”.
Suas declarações vêm na sequência de reportagens da mídia israelense e egípcia sobre um possível acordo de gás do Catar para o Egito, em meio a atrasos na finalização do acordo com Israel nos últimos três meses.
O acordo entre os dois lados foi anunciado inicialmente no final de agosto e tem vigência até 2040. No entanto, reportagens da época afirmaram que Netanyahu o havia bloqueado, alegando que o Cairo havia violado o anexo de segurança do tratado de paz com Tel Aviv.
A emissora pública israelense KAN, citando uma fonte anônima, afirmou que Netanyahu deu sinal verde para a assinatura do acordo final com Israel.
O correspondente da KAN, Michael Shemesh, disse que o acordo deve ser concluído nos próximos dias, “possivelmente já nesta semana”.
Ele alegou que agentes dos EUA mediaram as negociações entre os dois países durante a etapa final.
Em setembro, o jornal Israel Hayom noticiou que Netanyahu instruiu autoridades a não prosseguirem com o acordo de gás sem sua aprovação pessoal, após alegações de que o Egito teria violado o anexo de segurança do tratado de paz de 1979 – alegações negadas pelo Cairo.
Em agosto, a empresa israelense NewMed Energy anunciou um acordo ampliado de exportação de gás do campo de Leviatã para o Egito, complementando um acordo de 2019 para 60 bilhões de metros cúbicos.
O novo pacote, o maior já firmado por Israel, prevê a exportação de 130 bilhões de metros cúbicos até 2040, num valor de US$ 35 bilhões.
O Egito rejeitou uma proposta israelense-americana para transferir palestinos de Gaza para território egípcio e se opôs à tomada do lado palestino da passagem de Rafah por Israel, após dois anos de guerra genocida israelense contra o enclave.
Estratégia de energia nuclear
Cohen afirmou ter nomeado uma equipe de especialistas para desenvolver uma estratégia nacional de energia nuclear, que inclui a construção de uma usina nuclear.
O custo de geração de eletricidade a partir de fontes nucleares está caindo devido às novas tecnologias, acrescentou, dizendo que planeja apresentar as recomendações da equipe ao gabinete.
A demanda por eletricidade em Israel está crescendo 3,7% ao ano, dobrando aproximadamente a cada 20 anos, disse Cohen.
Com as necessidades adicionais de inteligência artificial, computação quântica e veículos elétricos, ele argumentou que Israel “não pode evitar a energia nuclear”.
Israel é o único país da região que se acredita possuir armas nucleares, embora nunca tenha declarado oficialmente seu arsenal nem assinado o Tratado de Não Proliferação Nuclear.
Cohen também discutiu a possibilidade de realocar a refinaria de petróleo de Haifa, citando lições aprendidas com a guerra de 12 dias entre Israel e o Irã, apoiada pelos EUA, no início deste ano.
Segundo o jornal Yedioth Ahronoth, a refinaria de Haifa foi atingida diretamente por um míssil iraniano durante os ataques.
Cohen afirmou que as operações já foram retomadas a plena capacidade, mas argumentou que, em vez de fechar a refinaria como planejado anteriormente, Israel deveria transferi-la para o Negev, para a região sul de Mishor Rotem.
Ele disse que a realocação criaria milhares de empregos bem remunerados, observando que chegou a um acordo com os prefeitos locais para apoiar a mudança.
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