A Microsoft está enfrentando crescente escrutínio legal e ético por sua suposta cumplicidade no genocídio de Israel em Gaza. Uma coalizão de organizações jurídicas e de direitos humanos emitiu uma notificação formal à gigante da tecnologia, acusando-a de auxiliar e instigar crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio, por fornecer conscientemente tecnologia usada pelos militares israelenses em seu ataque contínuo a Gaza.
A carta, entregue em 2 de dezembro por grupos como o Centro para os Direitos Constitucionais, a Avaaz, a GLAN (Rede Global de Ação Jurídica) e o Centro Europeu de Apoio Jurídico, notifica a Microsoft e seus executivos seniores sobre sua potencial exposição à responsabilidade civil e criminal sob as leis internacionais e nacionais.
“Há uma base razoável e crível para acreditar que a Microsoft, por meio do fornecimento de tecnologia e serviços às forças armadas israelenses, desempenhou um papel direto na prática de crimes graves por Israel”, afirma a carta, que descreve como os serviços de computação em nuvem e inteligência artificial da Microsoft foram integrados ao aparato de vigilância e direcionamento em massa de Israel.
A coalizão destaca que o ataque de Israel a Gaza matou mais de 70.000 palestinos desde outubro de 2023, com mais de 170.000 feridos. A infraestrutura foi devastada, a fome está se alastrando e quase toda a população de Gaza foi deslocada. Apesar disso, a Microsoft estreitou seus laços com as forças armadas de Israel, com documentos internos mostrando um aumento nas vendas de serviços de nuvem e IA para unidades israelenses ativamente envolvidas na campanha genocida.
Entre as revelações mais condenatórias está o trabalho da Microsoft com a Unidade 8200 de Israel, uma unidade de inteligência militar responsável pela vigilância em massa de palestinos. Engenheiros da Microsoft construíram uma plataforma de nuvem Azure personalizada, usada para armazenar mais de 11.500 terabytes de ligações telefônicas e dados palestinos interceptados, permitindo o desenvolvimento de “listas de alvos” para ataques aéreos.
A gigante da tecnologia também vendeu milhares de horas de suporte técnico ao Ministério da Defesa de Israel, e seus serviços alimentaram unidades e aplicativos militares importantes, como a Unidade Ofek, Mamram, Unidade 81 e Al-Munaseq, todos os quais apoiaram o ataque de Israel à Faixa de Gaza.
A gigante da tecnologia também vendeu milhares de horas de suporte técnico ao Ministério da Defesa de Israel, e seus serviços alimentaram unidades e aplicativos militares importantes, como a Unidade Ofek, Mamram, Unidade 81 e Al-Munaseq, todos os quais apoiaram o ataque de Israel à Faixa de Gaza. “O genocídio de Israel seria impossível sem que grandes empresas de tecnologia privadas equipassem as forças armadas israelenses com tudo, desde armazenamento em nuvem até tecnologia de vigilância”, disse Bassel El-Rewini, pesquisador de direitos humanos do Abolitionist Law Center. “Diante de um crescente conjunto de evidências, as empresas envolvidas, incluindo a Microsoft, não têm desculpa para continuar apoiando Israel e devem ser responsabilizadas.”
A carta foi emitida dias antes da Assembleia Geral Anual da Microsoft, em 5 de dezembro, enfatizando os riscos financeiros e de reputação que a empresa agora enfrenta. Os acionistas estão sendo instados a exigir o fim do envolvimento da empresa com as operações militares israelenses.
“Os serviços e tecnologias da Microsoft foram usados para violar os direitos humanos dos palestinos, e os acionistas devem estar cientes de quanto isso expõe a empresa à responsabilidade legal”, disse Eric Sype, da 7amleh.
Críticos argumentam que a Microsoft não apenas facilitou os crimes de guerra israelenses, como também lucrou com eles. Conforme demonstram investigações jornalísticas e documentos internos, as vendas da Microsoft para as forças armadas de Israel dispararam após outubro de 2023. A empresa correu para oferecer descontos e expandir seus serviços enquanto Israel intensificava sua campanha.
“A escala e a velocidade do genocídio de Israel teriam sido impossíveis de serem executadas sem a intervenção da Microsoft”, conclui a carta.








