O Egito negou na quarta-feira as alegações israelenses sobre a abertura da passagem de fronteira de Rafah para a saída de palestinos da Faixa de Gaza, informou a Anadolu.
O Serviço de Informação do Estado egípcio, citando uma fonte anônima, disse que não havia coordenação sobre a reabertura da passagem de Rafah nos próximos dias para palestinos que desejam deixar Gaza.
A fonte afirmou que qualquer possível abertura do terminal será em ambos os sentidos, para a entrada e saída de palestinos, “de acordo com o que foi estipulado no plano de paz do presidente dos EUA (Donald Trump)”, que serve de base para o acordo de cessar-fogo que entrou em vigor em Gaza em 10 de outubro.
O COGAT, órgão militar israelense, afirmou na manhã de quarta-feira que a abertura da passagem de fronteira nos próximos dias será “exclusivamente para a saída de residentes da Faixa de Gaza para o Egito”.
“A saída dos residentes pela passagem de Rafah será facilitada por meio de coordenação com o Egito, após aprovação de segurança por Israel e sob a supervisão da missão da União Europeia, semelhante ao mecanismo que operou em janeiro de 2025”, declarou o COGAT na rede social americana X.
A passagem de fronteira de Rafah, no sul de Gaza, estava prevista para ser reaberta em outubro passado como parte do acordo de cessar-fogo, mas permaneceu fechada devido ao descumprimento do acordo por Israel.
Desde maio de 2024, o exército israelense bloqueia a circulação de palestinos pela passagem de Gaza, a única via de comunicação do território com o mundo exterior que não era controlada por Tel Aviv antes do início da ofensiva israelense contra Gaza, em outubro de 2023.
Na terça-feira, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, afirmou que mais de 16.500 pacientes palestinos ainda precisam de cuidados médicos essenciais fora de Gaza.
Desde outubro de 2023, o exército israelense matou mais de 70.000 pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, e feriu mais de 171.000 em um ataque brutal que também deixou o enclave em ruínas.
O gabinete de imprensa do governo de Gaza informou que o exército violou o cessar-fogo cerca de 591 vezes, matando 357 pessoas e ferindo outras 903.
Israel também impede a entrada de alimentos e medicamentos suficientes no território sitiado, onde cerca de 2,4 milhões de palestinos vivem em condições humanitárias catastróficas.








