As vendas globais de armas atingiram um novo pico em 2024, à medida que os governos aceleraram a modernização militar e expandiram a aquisição de armamentos em meio a conflitos em curso e crescentes tensões geopolíticas, de acordo com um estudo do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI) publicado nesta segunda-feira, segundo a agência Anadolu.
As receitas geradas pelas 100 maiores empresas de defesa do mundo aumentaram 5,9% no ano passado, atingindo o recorde de US$ 679 bilhões, o maior crescimento coletivo desde 2018. O SIPRI atribui o aumento principalmente às guerras na Ucrânia e em Gaza, bem como às crescentes preocupações com a segurança regional e aos maiores gastos com defesa entre as principais potências.
Os Estados Unidos e a Europa foram responsáveis pela maior parte do crescimento. Os fabricantes americanos registraram vendas combinadas de US$ 334 bilhões, apesar dos atrasos e estouros de orçamento contínuos em grandes programas, como o caça F-35 e o submarino da classe Columbia.
Na Europa, 23 das 26 empresas registraram aumento de receita, com as vendas regionais totais subindo 13%, para US$ 151 bilhões. A empresa checa Czechoslovak Group registrou o maior crescimento global – um aumento de 193% – em grande parte devido a contratos de fornecimento para a Ucrânia.
A Turquia adicionou uma quinta empresa ao ranking, com a MKE juntando-se à ASELSAN, TAI, Baykar e Roketsan. O país registrou um aumento de 11% nas vendas anuais de armas em relação ao ano anterior, atingindo um faturamento combinado de US$ 10,1 bilhões.
As empresas russas também expandiram seus lucros apesar das sanções e da escassez de mão de obra, com um aumento de 23% no faturamento, para US$ 31,2 bilhões, impulsionado pela forte demanda interna.
Em contraste, as vendas totais na Ásia-Oceania caíram 1,2%, impactadas por uma forte queda nas compras chinesas em meio a investigações de corrupção. No entanto, empresas japonesas e sul-coreanas registraram um forte crescimento de dois dígitos, impulsionado pela demanda de exportação e pelo rearmamento regional.
O Oriente Médio registrou sua maior presença de todos os tempos no Top 100, com nove empresas gerando US$ 31 bilhões. Os fabricantes israelenses aumentaram as vendas apesar das críticas globais à guerra em Gaza.
O grupo estatal dos Emirados Árabes Unidos, EDGE Group, ficou em 37º lugar, com faturamento de US$ 4,7 bilhões.
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![Um visitante observa os sistemas aéreos não tripulados (UAS) Hunter 2-S, "drones em enxame", do grupo de tecnologia avançada EDGE para defesa, em exibição na UMEX Exhibition, feira que apresenta drones, robótica e sistemas não tripulados no Centro Nacional de Exposições de Abu Dhabi, no emirado do Golfo. [Foto: -/AFP via Getty Images]](https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2025/12/GettyImages-1238681680-1-1.webp)