Choques elétricos são agora a principal ferramenta de tortura na prisão de Gilad, diz grupo de direitos humanos

Detentos palestinos mantidos na prisão de Gilad, parte do complexo de detenção de Ofer, em Israel, estão sendo submetidos a choques elétricos como principal método de tortura, de acordo com depoimentos coletados pela Comissão de Assuntos dos Prisioneiros Palestinos e pelo Clube dos Prisioneiros Palestinos.

Em uma declaração conjunta divulgada no domingo, as duas organizações afirmaram que dezenas de visitas realizadas em novembro revelaram “condições de detenção severas e abusos sistemáticos”, com relatos de presos sobre o uso frequente de choques elétricos durante inspeções nas celas.

Um detento relatou que um colega foi eletrocutado depois que os guardas o viram liderando outros presos em oração. Outros relataram ter sido punidos com choques elétricos simplesmente por estarem perto das grades de ferro da cela para respirar ar fresco. Os presos descreveram os choques como “uma das formas mais brutais e severas de tortura”.

Os grupos acrescentaram que os presos também estão sendo forçados a dormir em estruturas chamadas de “barras de arame farpado” — armações de metal feitas de barras de ferro ou arame farpado, cobertas com colchões finos — o que causa danos físicos. Muitos detentos preferem dormir no chão, mas a chegada do inverno agravou suas dificuldades. De acordo com a declaração, cobertores e colchões são retirados todas as manhãs às 6h e os presos não têm permissão para sentar ou deitar novamente até as 22h.

Os detidos relataram ainda que a contagem diária, ou “verificação de segurança”, é usada como outra forma de maus-tratos. Durante o procedimento, os presos são supostamente obrigados a ajoelhar-se com as mãos erguidas acima da cabeça até que os guardas concluam a inspeção.

LEIA: Forças israelenses transformam casas em postos militares durante ataque na Cisjordânia ocupada