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Putin confirma ‘conversas secretas’ russo-ucranianas em Abu Dhabi

29 de novembro de 2025, às 04h51

O presidente russo Vladimir Putin discursa durante a conferência em Moscou, Rússia, em 19 de novembro de 2025. [Serviço de Imprensa do Kremlin/ Agência Anadolu]

O presidente russo Vladimir Putin confirmou na quinta-feira que uma reunião entre autoridades russas e ucranianas ocorreu na semana passada em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU), por iniciativa de Kiev.

Em uma coletiva de imprensa em Bishkek, capital do Quirguistão, Putin disse que a reunião contou com a presença de “um representante do governo dos EUA” e que o evento ocorreu por iniciativa de Kiev.

“A presença de representantes dos EUA nas negociações em Abu Dhabi foi uma surpresa”, disse ele.

Putin afirmou que os EUA informaram Moscou que enviarão uma delegação na primeira metade da próxima semana, acrescentando que sua composição é “decisão exclusiva de Washington”.

Em relação à proposta atual de paz na Ucrânia, Putin disse que Moscou considera que os EUA estão incorporando algumas posições russas, mas outros pontos exigem uma discussão séria.

Ele disse que, após negociações entre as delegações americana e ucraniana em Genebra, as partes decidiram dividir a proposta em quatro partes distintas.

“Como já anunciei publicamente, o plano de paz nos foi transmitido por certos canais. Tomamos conhecimento dele. Depois disso, ocorreram negociações em Genebra entre a delegação americana e a delegação ucraniana. E, pelo que entendi, eles decidiram entre si que todos esses 28 pontos deveriam ser divididos em quatro componentes separados”, disse ele.

O presidente russo disse que não esperava pressão de Washington, expressando surpresa quando os EUA impuseram sanções às empresas petrolíferas russas.

Ele afirmou que “nem sequer entendia o que estava acontecendo”, já que não havia situações de conflito entre os dois países naquele momento.

Confirmando a disposição da Rússia em concluir um acordo de paz com a Ucrânia, Putin questionou mais uma vez a legitimidade das atuais autoridades ucranianas, salientando que o mandato do presidente Volodymyr Zelenskyy termina em 2024.

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