O exército israelense decidiu monitorar as contas de redes sociais de seus soldados e revisar tudo o que eles publicam, incluindo textos, imagens e vídeos, informou a mídia local nesta quarta-feira, segundo a Anadolu.
A Rádio do Exército disse que a medida surge após relatos de que o Hamas obteve informações sobre o exército e seus movimentos antes dos eventos de 7 de outubro de 2023, monitorando as contas públicas dos soldados em diversas plataformas.
A nova medida visa conter o que o exército considera “uma vulnerabilidade significativa”, afirmou a emissora.
Segundo a emissora, as Forças Armadas usarão um novo sistema de inteligência artificial chamado Morpheus para monitorar as contas dos soldados e sinalizar qualquer publicação — texto, fotos ou vídeos — que possa revelar informações sensíveis.
O sistema “aprende por meio de IA a examinar as publicações e determinar se elas expõem detalhes sensíveis, como a localização de bases, armamentos ou qualquer outra informação”, afirmou a rádio.
Se necessário, o sistema identificará casos que devem ser revisados por oficiais de segurança da informação, de acordo com a reportagem.
A rádio informou que o sistema deve começar a operar no início de dezembro, após receber as aprovações legais necessárias. Ele abrangerá cerca de 170 mil soldados com contas públicas em redes sociais, mas excluirá contas privadas e reservistas por razões legais.
Uma fase piloto de quatro meses monitorou as contas de 45 mil soldados e registrou milhares de casos que exigiram intervenção da segurança da informação para excluir publicações consideradas sensíveis, disse a emissora.
As Forças Armadas reconhecem que a nova medida “vai além das regras disciplinares padrão e restringe a privacidade dos soldados”, mas a consideram necessária para evitar a repetição dos eventos de 7 de outubro, acrescentou. Autoridades políticas, militares e de segurança israelenses descreveram os eventos de 7 de outubro como um dos piores fracassos de inteligência, segurança e militares do país.
Após os eventos de 7 de outubro, o exército israelense lançou uma ofensiva de dois anos na Faixa de Gaza, matando quase 70.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, e ferindo mais de 170.000.








