Com mais de 112 mil mortos, novo estudo liga massacre em Gaza a genocídios passados

1 semana ago

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Os corpos de 14 palestinos, entregues por Israel e cujas identidades não puderam ser determinadas, estão sendo enterrados em uma vala comum na cidade de Deir al-Balah, Gaza, em 23 de novembro de 2025. [Mohammed Nassar/ Anadolu Agency]

Um novo estudo devastador constatou que mais de 112 mil palestinos foram mortos na Faixa de Gaza desde que Israel iniciou seu ataque em outubro de 2023. Esse número, extraído da análise demográfica mais abrangente realizada até o momento, supera em muito o número oficial de mortos e revela um padrão de assassinatos que, segundo os pesquisadores, espelha genocídios passados ​​documentados pelas Nações Unidas.

O estudo, realizado por pesquisadores do Instituto Max Planck de Pesquisa Demográfica, na Alemanha, e do Centro de Estudos Demográficos, na Espanha, foi publicado na revista científica Population Health Metrics. Os pesquisadores estimam que entre 99.997 e 125.915 palestinos morreram em Gaza entre 7 de outubro de 2023 e 6 de outubro de 2025, com uma estimativa mediana de 112.069.

As conclusões baseiam-se em uma ampla gama de fontes de dados, incluindo registros hospitalares, pesquisas domiciliares e obituários públicos, e levam em consideração os milhares de óbitos não registrados causados ​​por famílias soterradas sob escombros ou impossibilitadas de receber atendimento médico.

Os pesquisadores constataram que a grande maioria das mortes ocorreu entre civis. Crianças menores de 15 anos representam cerca de 27% dos mortos, enquanto as mulheres representam 24%. Idosos, principalmente aqueles com mais de 60 anos, também são amplamente subnotificados nos dados oficiais. Número de mortos em Gaza pode ultrapassar 186 mil: Relatório

Essa distribuição de mortes entre mulheres, crianças e idosos, em vez de homens em idade de combate, não é típica de guerras. Os autores observam que ela está de acordo com o que o Grupo Interinstitucional das Nações Unidas para Estimativa da Mortalidade Infantil observou em genocídios anteriores. O estudo afirma explicitamente que o padrão de mortes por idade e sexo em Gaza se assemelha muito ao observado durante violência genocida, e não em confrontos entre forças militares.

Além da enorme escala de assassinatos, o estudo constatou que a expectativa de vida em Gaza despencou. Antes do ataque israelense, as mulheres palestinas em Gaza podiam esperar viver até os 77 anos e os homens até os 74. No final de 2024, esses números caíram para 46 anos para as mulheres e apenas 36 para os homens.

Segundo os pesquisadores, isso representa uma das quedas mais drásticas na expectativa de vida já registradas e reflete a ameaça sem precedentes à vida que toda a população enfrenta.

Fundamentalmente, as conclusões do estudo contradizem as alegações de autoridades israelenses e seus aliados de que as autoridades de saúde palestinas inflaram os números de vítimas. Embora o Ministério da Saúde de Gaza tenha relatado cerca de 67.000 mortes durante o mesmo período, a pesquisa do Instituto Max Planck indica que esse número provavelmente representa apenas uma parte do total real de óbitos.

Ao contrário do Ministério, que contabiliza apenas as mortes confirmadas, o estudo inclui aquelas que não foram registradas devido ao colapso da infraestrutura médica de Gaza ou à destruição total de núcleos familiares em ataques aéreos israelenses. Os pesquisadores enfatizam que, em vez de serem exagerados, os números oficiais de Gaza são provavelmente conservadores e incompletos.

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