Líbano enfrenta “guerra de desgaste” e se prepara para possível escalada israelense, diz primeiro-ministro

O Líbano enfrenta uma “guerra de atribuição”, disse o primeiro-ministro Nawaf Salam na terça-feira, pedindo que sejam tomadas todas as precauções necessárias para confrontar qualquer potencial escalada israelense, segundo a Anadolu.

“Estamos em uma guerra cujo ritmo está aumentando e que assumiu a forma de uma guerra de desgaste unilateral por parte de Israel”, disse Salam em uma coletiva de imprensa após uma visita de inspeção ao Porto de Beirute.

“Trabalharemos para mobilizar mais apoio árabe e internacional para deter esses ataques e pressionar pela retirada israelense”, acrescentou em seus comentários citados pela agência de notícias estatal NNA.

No domingo, cinco pessoas morreram e 28 ficaram feridas em um ataque aéreo israelense contra o comandante sênior do Hezbollah, Haitham Tabatabai, no sul de Beirute.

As tensões no sul do Líbano vêm aumentando há semanas, com os militares israelenses intensificando os ataques aéreos quase diários em território libanês, alegando ter como alvo membros e infraestrutura do Hezbollah.

De acordo com o Ministério da Saúde libanês, pelo menos 331 pessoas morreram e 945 ficaram feridas por disparos israelenses desde que o acordo de cessar-fogo entrou em vigor em 27 de novembro de 2024.

Porto de Beirute

Salam descreveu o Porto de Beirute como “a memória e o futuro da cidade”.

O governo “está trabalhando pela recuperação econômica do Líbano, e um pilar fundamental disso é o desenvolvimento e a modernização do Porto de Beirute”, afirmou.

“Nossa prioridade é colocar o Líbano e o Porto de Beirute no mapa das rotas de transporte do Levante.”

Salam afirmou ter chegado a um acordo com o Banco Mundial na semana passada para elaborar um estudo sobre as ligações de transporte entre o Líbano e a região circundante, abrangendo portos marítimos, aeroportos e rotas terrestres.

O setor ferroviário do Líbano está totalmente inativo desde a guerra civil do país, nas décadas de 1970 e 1980, apesar de já ter sido uma rede vital que conectava cidades costeiras e do interior, facilitando o comércio e as viagens.

Cinco anos após a explosão no porto, grandes áreas do Porto de Beirute permanecem em ruínas.

A explosão de agosto de 2020 matou mais de 220 pessoas e feriu 7.000. As investigações judiciais sobre as causas e responsabilidades ainda não foram concluídas.

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