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Haaretz alerta para colapso interno enquanto Netanyahu busca nova guerra para impedir a “destruição de Israel”

25 de novembro de 2025, às 06h51

Milhares de israelenses se reúnem na Praça Habima exigindo uma investigação oficial sobre os eventos de 7 de outubro de 2023, em Tel Aviv, Israel. [Mostafa Alkharouf – Agência Anadolu]

O Haaretz criticou o governo de Israel e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, alertando que o país caminha para um colapso interno enquanto Netanyahu busca uma nova guerra para impedir o que o jornal chama de “destruição de Israel”.

O jornal afirma que Israel está avançando rapidamente para expandir a guerra em Gaza e no Líbano, enquanto as instituições estatais e a governança se desintegram. Segundo o jornal, isso está criando um caos político e de segurança que protege Netanyahu da responsabilização.

O Haaretz relata que Israel parece estar se preparando para uma guerra em larga escala em Gaza e no Líbano, numa tentativa de bloquear o plano de 20 pontos proposto por Donald Trump. O jornal acrescenta que, sem forte pressão dos EUA, Israel pode criar “novos fatos” que impeçam o progresso.

O exército israelense intensificou seus ataques em Gaza nos últimos dias, matando dezenas de pessoas, além de atacar posições do Hezbollah no Líbano. O Haaretz descreve essas ações como um “experimento calculado” para testar os limites dos acordos atuais e a capacidade dos mediadores internacionais de resistir a uma escalada ainda maior.

Em Gaza, fontes palestinas alertam para um “avanço para o oeste” israelense, com o objetivo de criar uma nova situação que permita a Israel alegar que os acordos não são mais válidos e justificar um retorno à guerra por supostas “provocações” do outro lado.

O editorial afirma que os ataques no Líbano são apresentados em Israel como uma resposta “inevitável”, criando a atmosfera de que um confronto maior no norte está se aproximando.

O Haaretz também afirma que o choque de 7 de outubro, que ainda afeta a sociedade israelense, tornou-se uma ferramenta política nas mãos de Netanyahu. Depois de libertar todos os prisioneiros sobreviventes e a maioria dos corpos dos mortos, ele agora tem liberdade “para aumentar ou diminuir as chamas como bem entender”, segundo os editores.

O jornal argumenta que, com a proximidade das eleições, Netanyahu está tentando se apresentar como “Sr. Segurança”, capaz de atacar os inimigos de Israel sem restrições, enquanto ignora seu papel em uma das maiores falhas de segurança do país.

O Haaretz conclui: “Em vez de se envergonhar da tragédia, ele a está usando para justificar uma escalada ainda maior.”

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