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Israel pressiona os EUA para suavizar projeto de resolução da ONU que menciona a autodeterminação e o Estado palestino

18 de novembro de 2025, às 07h15

Conselho de Segurança da ONU (CSNU) em 23 de setembro de 2025, na cidade de Nova York, EUA. [Selçuk Acar/ Anadolu Agency]

Israel pressiona os EUA para suavizar a redação de um projeto de resolução americano que o Conselho de Segurança da ONU deve votar na segunda-feira, que menciona “autodeterminação e o estabelecimento de um Estado palestino”, informou a mídia israelense no domingo, segundo a Anadolu.

Israel pressiona os EUA para suavizar a redação de um projeto de resolução americano que o Conselho de Segurança da ONU deve votar na segunda-feira, que menciona “autodeterminação e o estabelecimento de um Estado palestino”, informou a mídia israelense no domingo, de acordo com a Anadolu.

Tel Aviv está fazendo “esforços de última hora para alterar a redação da proposta que será aprovada amanhã no Conselho de Segurança, referente à força multinacional que será destacada na Faixa de Gaza”, informou a emissora pública israelense KAN.

Assessores do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e altos funcionários do Ministério das Relações Exteriores têm mantido conversas com a equipe do presidente dos EUA, Donald Trump, e com líderes árabes “para suavizar a linguagem da resolução esperada”, acrescentou a emissora.

Segundo a KAN, autoridades israelenses acreditam que a Autoridade Palestina não cumprirá os termos do plano de Trump para o estabelecimento de um Estado palestino, que exige uma “reforma abrangente”. Mesmo assim, descrevem a proposta como “perigosa” e alertam que ela pode levar a resultados imprevisíveis.

A reportagem não especificou o formato que Israel deseja ver adotado.

Washington está promovendo o projeto de resolução que pede o envio de uma força multinacional para Gaza, sob o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, em vigor desde 10 de outubro.

O texto afirma que “as condições podem finalmente estar estabelecidas para um caminho crível rumo à autodeterminação e à criação de um Estado palestino” após a Autoridade Palestina passar por reformas.

O projeto também afirma que os EUA iniciarão um diálogo entre Israel e os palestinos para alcançar um horizonte político para a coexistência pacífica, segundo a KAN.

A agência de notícias informou que o projeto especifica que a força multinacional trabalharia com Israel e Egito para estabilizar Gaza e substituir o governo do Hamas e a presença do exército israelense na região.

O projeto também prevê uma força policial palestina treinada operando em Gaza para ajudar a garantir a segurança das fronteiras.

No domingo, o Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, e o Ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, juntaram-se ao Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e ao Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, na rejeição ao estabelecimento de um Estado palestino.

Netanyahu rejeita Estado palestino

Horas antes da votação agendada, Netanyahu reiterou sua oposição a qualquer forma de Estado palestino.

“Minha oposição ao estabelecimento de um Estado palestino não mudou. Ela permanece inalterada”, disse Netanyahu no início da reunião semanal do Gabinete, no domingo, conforme citado em um comunicado de seu gabinete.

Ele afirmou que Gaza “será desmilitarizada e o Hamas será desmantelado”.

“Tenho combatido essas tentativas há muitos anos e continuo a fazê-lo agora, apesar da pressão externa e interna”, declarou.

Em meio à guerra israelense contra Gaza, diversos países reconheceram o Estado palestino durante reuniões da ONU em setembro, elevando o total para 160 dos 193 Estados-membros da ONU, segundo o Ministério das Relações Exteriores palestino.

Israel matou mais de 69.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, em ataques em Gaza desde outubro de 2023, reduzindo a região a escombros.

Israel continua a ocupar território palestino, bem como terras na Síria e no Líbano, e opõe-se à criação de um Estado palestino soberano em terras ocupadas em 1967.