Trump pressiona presidência israelense por perdão para Netanyahu em acusações de corrupção

O presidente israelense, Isaac Herzog, recebeu uma carta de seu homólogo americano, Donald Trump, exigindo o perdão para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em seu julgamento por corrupção, segundo a Anadolu.

O gabinete de Herzog compartilhou a foto de uma carta assinada por Trump, na qual o líder americano pede ao presidente israelense que “perdoe totalmente Benjamin Netanyahu, que foi um primeiro-ministro formidável e decisivo em tempos de guerra”.

“Embora eu respeite absolutamente a independência do sistema judiciário israelense e suas exigências, acredito que este ‘caso’ contra Bibi, que lutou ao meu lado por muito tempo, inclusive contra o Irã, um adversário muito difícil de Israel, é uma perseguição política e injustificada”, disse Trump.

Em resposta, o gabinete de Herzog afirmou que qualquer pessoa que busque um indulto presidencial “deve apresentar um pedido formal de acordo com os procedimentos estabelecidos”.

Não houve confirmação imediata da Casa Branca sobre a declaração israelense.

De acordo com a lei israelense, o presidente tem a autoridade para indultar criminosos ou comutar suas penas com base em informações ou pareceres necessários de autoridades competentes, como os ministros da Justiça ou da Defesa.

No entanto, a lei obriga os criminosos a confessarem a culpa para serem indultados por decreto presidencial.

Netanyahu se recusa a admitir qualquer uma das acusações contra ele.

“A lei israelense estabelece que a primeira condição para receber um indulto é a admissão de culpa e a expressão de remorso por seus atos”, disse o líder da oposição, Yair Lapid, na rede social americana X, comentando a carta de Trump.

Trump pediu repetidamente ao presidente israelense que conceda indulto a Netanyahu, inclusive durante seu discurso no Knesset no mês passado.

Netanyahu, cujo julgamento começou em 24 de maio de 2020, é o primeiro líder israelense em exercício a depor como réu em um processo criminal na história do país.

Em janeiro, Netanyahu iniciou sessões de interrogatório relacionadas a acusações de corrupção nos casos designados como 1000, 2000 e 4000, todas negadas por ele.

O primeiro-ministro israelense também enfrenta acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, tendo o Tribunal Penal Internacional emitido mandados de prisão contra ele e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant em novembro de 2024 por atrocidades em Gaza, onde mais de 69.000 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, foram mortas desde outubro de 2023.

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