O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou na segunda-feira que o vídeo vazado, que mostra a tortura de um prisioneiro palestino no campo de detenção de Sde Teiman, causou sérios danos à imagem de Israel e de seu exército, levando a comparações entre soldados israelenses e nazistas.
Em discurso perante o Knesset, Netanyahu dirigiu-se aos parlamentares após 40 membros assinarem uma moção para convocá-lo para uma discussão sobre a criação de uma comissão oficial de inquérito para apurar os eventos de 7 de outubro de 2023.
“O caso de Sde Teiman contra a Força 100, ocorrido há um ano e meio, causou danos incalculáveis ao Estado de Israel e às Forças de Defesa de Israel”, disse Netanyahu, referindo-se à unidade militar envolvida no escândalo. Ele alegou que o vídeo, supostamente editado, vazou para o Canal 12 e foi visualizado mais de 100 milhões de vezes, provocando indignação internacional generalizada.
As imagens, divulgadas pela primeira vez em agosto de 2024, mostram soldados israelenses torturando e agredindo sexualmente um detento palestino no centro de detenção de Sde Teiman, no sul de Israel, em julho de 2024, deixando o homem com ferimentos graves, incluindo uma laceração retal.
Netanyahu acusou os responsáveis pela investigação do incidente — numa referência velada à ex-Procuradora-Geral Militar Yifat Tomer-Yerushalmi — de “abusarem do seu poder para distorcer a verdade” e de fornecerem “munição de propaganda aos inimigos de Israel”.
Ele concluiu apelando a uma investigação minuciosa do caso, afirmando: “O que aconteceu no caso de Sde Teiman deve ser investigado, a verdade revelada e a justiça feita”.
O centro de detenção de Sde Teiman tem sido alvo de repetidas denúncias de grupos de direitos humanos e ex-detentos de tortura e abusos sistemáticos contra prisioneiros palestinos.
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