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Partidos ultraortodoxos acusam Netanyahu de protelar projeto de lei sobre isenção do serviço militar

4 de novembro de 2025, às 07h40

Dezenas de milhares de judeus ultraortodoxos (Haredi) se reúnem para protestar contra o serviço militar obrigatório durante a manifestação “Marcha do Milhão” em Jerusalém Ocidental, em 30 de outubro de 2025. [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Partidos judeus ultraortodoxos acusaram o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de atrasar deliberadamente um projeto de lei que formalizaria as isenções do serviço militar para os Haredim, após mais um adiamento do debate legislativo.

O projeto de lei, elaborado pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores e Segurança do Knesset, Boaz Bismuth, estava previsto para ser discutido na semana passada, mas foi novamente adiado por instrução do Gabinete do Primeiro-Ministro, informou o jornal israelense Yediot Aharonot no domingo.

Um representante do Agudat Yisrael, parte do bloco Judaísmo Unido da Torá, disse ao jornal que “Netanyahu não pretende, de fato, aprovar a lei, mas está tentando ganhar tempo e confundir a situação”.

Os partidos ultraortodoxos acusaram o partido Likud, de Netanyahu, de “puní-los” em resposta à grande manifestação realizada na última quinta-feira em Jerusalém, onde mais de 300 mil Haredim protestaram contra a perseguição a estudantes de yeshiva que se recusam a se alistar no exército israelense.

Um líder Haredi sênior disse que a decisão do governo de adiar o debate “mostra que está punindo os rabinos sêniores que convocaram orações contra os danos infligidos aos estudantes da Torá”.

O projeto de lei — que concederia isenção quase total do serviço militar a estudantes ultraortodoxos de yeshiva — gerou críticas generalizadas, inclusive de membros da coalizão governista, que argumentam que ele aprofunda as divisões sociais em meio ao conflito e às pressões de segurança em curso.

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