Estados árabes condenam projetos de lei israelenses para anexação da Cisjordânia

1 mês ago

Warning: foreach() argument must be of type array|object, null given in /www/wwwroot/monitordooriente.com/wp-content/plugins/amp/includes/templates/class-amp-post-template.php on line 236
O edifício Kneset é visto em Jerusalém, Israel, em 19 de março de 2025. [Jaap Arriens/NurPhoto via Getty Images]

Países árabes condenaram a aprovação preliminar pelo Knesset israelense, na quarta-feira, de dois projetos de lei para anexar a Cisjordânia ocupada e o bloco de assentamentos de Ma’ale Adumim em Jerusalém Oriental como uma “flagrante violação do Direito Internacional”, relata a Anadolu.

O Knesset aprovou os dois projetos em uma leitura preliminar na quarta-feira. Ambos os projetos ainda precisam passar por três leituras adicionais para se tornarem lei.

Em um comunicado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Jordânia, Fouad al-Majali, classificou a medida como “uma flagrante violação do direito internacional e um golpe à solução de dois Estados, bem como ao direito inalienável do povo palestino à autodeterminação e ao estabelecimento de seu Estado independente e soberano nas fronteiras de 4 de junho de 1967, com Jerusalém ocupada como sua capital”.

O Ministério das Relações Exteriores do Catar denunciou os projetos de lei israelenses como “um flagrante ataque aos direitos históricos do povo palestino e uma clara violação do Direito Internacional e das resoluções da ONU”.

O Ministério das Relações Exteriores saudita expressou a “completa rejeição do reino a todas as violações expansionistas e de assentamentos perpetradas pelas autoridades de ocupação israelenses”. Reiterou o apoio ao “direito inalienável e histórico do povo palestino de estabelecer um Estado independente nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital, em conformidade com as resoluções internacionais relevantes sobre legitimidade”.

O Ministério das Relações Exteriores da Palestina também rejeitou veementemente os projetos de lei israelenses, enfatizando que os territórios ocupados em Gaza e na Cisjordânia, incluindo Jerusalém, “formam uma única unidade geográfica, sobre a qual Israel não tem soberania”.

“A soberania pertence exclusivamente ao povo palestino e à sua liderança, representada pela Organização para a Libertação da Palestina, com base nos direitos naturais, históricos e legais do povo palestino em sua terra natal, a Palestina, e em sua estreita conexão com o direito internacional, os direitos humanos e as resoluções das Nações Unidas”, afirmou em um comunicado.

O grupo palestino Hamas também rejeitou os projetos de lei israelenses, chamando os esforços de Israel para anexar a Cisjordânia ocupada de “nulos e sem efeito”.

“As tentativas frenéticas da ocupação de anexar a Cisjordânia são ilegais e inválidas. Elas não mudam o fato de que a Cisjordânia é terra palestina sob a história, o direito internacional e o parecer consultivo de 2024 da Corte Internacional de Justiça”, afirmou em um comunicado.

A votação no Knesset ocorreu apesar da oposição do presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou no mês passado que não permitiria que Israel anexasse a Cisjordânia. A decisão também ocorreu em um momento em que o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, está visitando Israel.

Anexar a Cisjordânia efetivamente encerraria a possibilidade de implementar uma solução de dois Estados para o conflito palestino-israelense, conforme delineado nas resoluções da ONU.

Os ataques israelenses têm se intensificado na Cisjordânia desde outubro de 2023, matando mais de 1.056 palestinos, ferindo 10.300 e detendo mais de 20.000, segundo dados palestinos.

Em um parecer histórico em julho passado, o Tribunal Internacional de Justiça declarou ilegal a ocupação israelense de territórios palestinos e pediu a evacuação de todos os assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

LEIA: Netanyahu demite seu conselheiro de segurança nacional por divergência sobre ataque no Catar e ocupação da Cidade de Gaza

Sair da versão mobile