clear

Criando novas perspectivas desde 2019

OMS afirma que mais de 40.000 moradores de Gaza sofreram ferimentos que mudaram suas vidas e precisam de anos de reabilitação

5 de outubro de 2025, às 00h02

Ratib Mahmoud Abu Kulayk, de 9 anos, que fugiu de sua aldeia no norte de Gaza com a família para Deir al Balah, perdeu a mãe em um ataque aéreo israelense enquanto visitava parentes em Khan Yunis, enquanto continua vivendo em condições adversas em Deir al Balah, Gaza, em 14 de setembro de 2025. [Hassan Jedi/Agência Anadolu]

Quase 42.000 pessoas na Faixa de Gaza sofreram ferimentos que mudaram suas vidas desde 7 de outubro de 2023, de acordo com um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado na quinta-feira, segundo a Anadolu.

Um em cada quatro feridos são crianças, informou a OMS, observando que pelo menos 5.000 pessoas sofreram amputações. Os ferimentos graves incluem mais de 22.000 em braços e pernas, mais de 2.000 lesões na medula espinhal, 1.300 lesões cerebrais e 3.300 queimaduras graves, segundo o relatório. Lesões faciais e oculares complexas, especialmente para aqueles que aguardam evacuação, também foram destacadas como uma fonte crescente de incapacidade e estigma.

O relatório alertou que o sistema de saúde de Gaza está à beira do colapso, com apenas 14 dos 36 hospitais parcialmente funcionais e menos de um terço dos serviços de reabilitação pré-guerra em operação. Apesar de milhares de amputações, Gaza tem apenas oito protéticos capazes de produzir e adaptar membros artificiais, enfatizou.

A força de trabalho em reabilitação foi dizimada, com pelo menos 42 especialistas mortos até setembro de 2024, afirmou a OMS.

“A reabilitação é vital não apenas para a recuperação de traumas, mas também para pessoas com condições crônicas e deficiências”, disse Richard Peeperkorn, representante da OMS no território palestino ocupado. Ele acrescentou que o deslocamento, a desnutrição e a falta de apoio psicossocial estão agravando a crise.

A agência da ONU pediu proteção urgente do sistema de saúde, entrada irrestrita de suprimentos médicos e um cessar-fogo imediato.

“O povo de Gaza merece paz, o direito à saúde e aos cuidados, e uma chance de se curar”, afirmou.