Especialistas pedem à Alemanha que encerre sua política de apoio incondicional a Israel

2 meses ago

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Milhares de pessoas, segurando bandeiras e faixas palestinas, se reúnem no Portão de Brandemburgo para protestar contra os ataques de Israel a Gaza e o fornecimento de armas a países em zonas de guerra, em 13 de setembro de 2025, em Berlim, Alemanha. [Halil Sağırkaya/ Agência Anadolu]

Mais de 150 especialistas em Oriente Médio pediram, nesta quinta-feira, uma mudança fundamental na abordagem da Alemanha ao conflito israelense-palestino, instando Berlim a abandonar sua política de apoio incondicional a Israel, relata a Anadolu.

Os especialistas enfatizaram que a Alemanha deveria abandonar sua doutrina de “Staatsraison” (razão de Estado) e, em vez disso, basear sua política para o Oriente Médio no direito internacional, na constituição alemã e em uma compreensão mais ampla da responsabilidade histórica.

Os especialistas reconheceram em um documento de posicionamento que Berlim tem responsabilidade histórica pelos judeus devido à Shoah, o assassinato de milhões de judeus durante a Alemanha nazista, mas enfatizaram que essa responsabilidade não deve ser mal interpretada como uma exigência de apoio incondicional a todas as ações do governo israelense, particularmente à luz dos crimes de guerra na Faixa de Gaza.

“O apoio a Israel para expiar a Shoah não pode ser visto isoladamente de seus efeitos indiretos sobre terceiros, nem do histórico mais amplo da Alemanha em cometer ou ser cúmplice de genocídios e outros crimes contra a humanidade”, disseram os especialistas.

“A Alemanha tem uma responsabilidade histórica universal de defender o direito internacional e proteger os direitos humanos sem discriminação. Aceitar seletivamente a responsabilidade histórica significa escolher a complacência em vez da decência, às custas não apenas dos direitos palestinos, mas também dos interesses de longo prazo de Israel e do povo judeu, bem como da credibilidade internacional da Alemanha”, afirmaram.

O documento foi iniciado por uma equipe central composta pelos especialistas em Oriente Médio Philip Holzapfel, Daniel Gerlach e Muriel Asseburg, com o apoio de especialistas em direito internacional, ciência política e diplomacia. Entre os cerca de 170 signatários estavam o pesquisador de genocídio Omer Bartov, a especialista em Oriente Médio Kristin Helberg, a autora Charlotte Wiedemann, o ex-chefe de política externa da UE Josep Borrell e o ex-embaixador israelense Ilan Baruch.

O documento instou Berlim a reafirmar o direito internacional como base de sua política externa, priorizar os esforços de paz baseados na igualdade de direitos e reconhecer o Estado da Palestina dentro das fronteiras de 1967 sem mais delongas.

Os especialistas enfatizaram que a Alemanha deve cumprir suas obrigações legais sob a Convenção sobre Genocídio e interromper as exportações de armas para Israel.

Eles também recomendaram a suspensão do Acordo de Associação UE-Israel e a imposição de uma proibição de produtos de assentamentos israelenses em nível europeu.

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