Gaza se tornou lar da maior proporção per capita de crianças amputadas do mundo, após quase dois anos de genocídio de Israel, advertiu nesta quarta-feira (24) Philippe Lazzarini, diretor da Agência da ONU para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
Segundo Lazzarini, mais de quatro mil amputações foram documentadas em Gaza desde outubro de 2023.
“Os danos à infância vão além do mero trauma físico e da fome”, ressaltou. “As cicatrizes são tão também invisíveis: ansiedade, pesadelos, hostilidade, medo. Inúmeras crianças são forçadas à mendicância, saque ou trabalho: uma infância perdida”.
“Quanto mais isso durar, mais as crianças serão assombradas por traumas que ainda se aprofundam, por gerações e gerações”.
Em seu comunicado no Twitter (X), Lazzarini reiterou que um cessar-fogo é imperativo “ao menos pelo bem das crianças”.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 65 mil mortos, 165 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as fatalidades, ao menos 18.500 são crianças.
As ações foram reconhecidas como genocídio pela Comissão de Inquérito Independente das Nações Unidas, e assim investigadas pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, desde janeiro de 2024.
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