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Assembleia Geral: Líbano pede retirada de tropas e fim dos ataques de Israel

25 de setembro de 2025, às 02h09

Presidente do Líbano, Michel Aoun, durante cúpula árabe-islâmica em Doha, no Catar, em 15 de setembro de 2025 [Presidência do Líbano/Divulgação/Agência Anadolu]

O presidente do Líbano, Joseph Aoun, reivindicou nesta terça-feira (23) o fim imediato dos ataques israelenses a seu território, bem como retirada das forças ocupantes e libertação de prisioneiros libaneses.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Em seu pronunciamento à 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, Aoun instou membros da instituição a apoiarem o Líbano para que “continue a servir de plataforma e modelo à coexistência e paz”.

“Exigimos o fim dos ataques de Israel, retirada de suas tropas de todas as nossas terras e soltura de nossos prisioneiros, bem como integral implementação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança”, reiterou, em alusão às fronteiras de seu país.

“Não haverá desenvolvimento sem paz, paz sem justiça, justiça sem direitos humanos — não haverá prosperidade em meio à guerra, ao conflito”, acrescentou.

Aoun insistiu que proteger o Líbano é dever global, ao indicar que, caso a experiência do país — “onde cristãos e muçulmanos vivem como iguais, em suas diferenças” — entre em colapso, será impossível replicá-la internacionalmente.

Para tanto, pediu apoio a seu exército, assim como à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) — cujo mandato foi rescindido, após o próximo ano, neste mês.

Para Aoun, o Líbano constitui um modelo: “A batalha sobre a identidade libanesa, se será uma terra de vida e alegria, uma ponte à região e ao mundo, ou leito de morte, campo de batalha, plataforma de disparos, segue feroz. Temos de fazer nossa escolha”.

Após anos de colapso fiscal e apelos por socorro internacional, Aoun mencionou ainda o programa de recuperação econômica do país, incluindo restruturação do setor bancário, modernização da gestão e combate à corrupção.

Sobre a conjuntura nas fronteiras, o presidente apontou “obrigação política e moral” em dar fim ao genocídio em Gaza. Notou também o retorno de refugiados sírios ao país, sob o novo governo, além de restauração dos laços sírio-libaneses.

Aoun notou demandas de reconstrução após quase dois anos de ataques israelenses — sob violação de cessar-fogo desde novembro —, sobretudo nas aldeias fronteiriças no sul do país.

Israel e o grupo libanês Hezbollah — que Aoun busca desarmar — trocaram disparos por um ano, no contexto da crise em Gaza. Em outubro de 2024, Israel invadiu o território do Líbano, em nova escalada, encerrada via acordo.

Tel Aviv, no entanto, mantém violações, com bombardeios esporádicos e presença ilegal em ao menos cinco posições para além da fronteira.

Ao concluir sua intervenção, ressaltou Aoun: “Em nome da paz, pelo bem da humanidade: não nos abandonem”.

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